O mercado imobiliário está em alerta com o anúncio da Airbnb, uma das maiores plataformas de locação por temporada do mundo, de que pretende expandir sua atuação para o segmento de aluguel convencional. A empresa, que já provocou mudanças significativas na dinâmica e na demanda por imóveis, promete oferecer rentabilidade para os proprietários e facilidade e rapidez para os inquilinos. Mas como essa nova modalidade vai funcionar e quais serão os impactos para o setor?
O que é o aluguel convencional da Airbnb?
Segundo Brian Chesby, CEO do Airbnb, a ideia é agregar locações que passariam dos 90 dias – limite definido pela legislação para negociações por temporada – e poderiam ir até o período de um ano. A proposta é aproveitar as mudanças comportamentais dos consumidores após a pandemia, que passaram a buscar mais flexibilidade e mobilidade na hora de escolher onde morar.
A empresa não revelou mais detalhes sobre como será o funcionamento do aluguel convencional, mas já havia dado indícios de que poderia fazer esse movimento ao ampliar o período de locação para longas estadias em sua plataforma atual. Nesses casos, as cobranças passam a ser feitas em parcelas mensais e a própria plataforma estimula um desconto no valor.
Quais são os benefícios e os desafios dessa nova modalidade?
Para os proprietários de imóveis, o aluguel convencional da Airbnb pode representar uma oportunidade de aumentar a rentabilidade e a ocupação dos seus imóveis, além de contar com a visibilidade e a segurança da plataforma. Para os inquilinos, pode significar uma maior facilidade e rapidez na hora de alugar um imóvel, sem a necessidade de fiador, seguro-fiança ou caução, além de ter mais opções de escolha e flexibilidade.
No entanto, essa nova modalidade também traz alguns desafios e incertezas para o mercado imobiliário. Um deles é a questão legal, já que o aluguel convencional é regido pela Lei do Inquilinato, que estabelece direitos e deveres para as partes envolvidas. Como a Airbnb vai se adequar a essa legislação? Quem vai intermediar os contratos e as eventuais demandas judiciais? Como ficará a relação entre proprietários, inquilinos e condomínios?
Outro desafio é a questão da concorrência com as imobiliárias tradicionais, que podem perder espaço e clientes para a plataforma. Como elas vão se diferenciar e se adaptar a essa nova realidade? Quais serão os serviços e as vantagens que elas poderão oferecer para se manter no mercado?
Como o mercado imobiliário está se preparando para essa novidade?
Diante do impacto que a Airbnb já provocou e que ainda pode provocar no mercado imobiliário, as imobiliárias e os profissionais da área estão buscando se preparar para os efeitos dessa nova atuação. Alguns dos caminhos possíveis são:
- Investir em tecnologia e inovação para oferecer mais praticidade e comodidade aos clientes, como aplicativos, assinaturas digitais, visitas virtuais, entre outros recursos.
- Focar na qualidade do atendimento e na fidelização dos clientes, oferecendo um serviço personalizado, transparente e eficiente.
- Ampliar o portfólio de serviços e produtos, como administração de condomínios, consultoria imobiliária, venda de imóveis, entre outros.
- Buscar parcerias e alianças com outras empresas do setor ou com a própria Airbnb, aproveitando as oportunidades de negócios que podem surgir.
- Acompanhar as tendências e as demandas do mercado, buscando se atualizar constantemente sobre as novidades e as preferências dos consumidores.
O aluguel convencional da Airbnb é uma novidade que pode trazer benefícios tanto para os proprietários quanto para os inquilinos de imóveis, mas também pode gerar desafios e incertezas para o mercado imobiliário. Por isso, é importante que as imobiliárias e os profissionais da área estejam atentos e preparados para essa nova realidade, buscando se diferenciar e se adaptar às mudanças.