O que o caso Netinho revela sobre polêmica e hipocrisia

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netinho joao pessoa
PADRÃO CAPA SITE - 1

A palmatória do mundo não dá trégua!

Recentemente, o cantor Netinho (aquele do axé, não o “Tana, Tanajuraaaaa”) interrompeu o show de carnaval na capital paraibana.

Como todo efeito manada o cidadão foi alvo de uma chuva de “elogios” indecorosos nas redes sociais.

De lindo pra baixo era o que tinha de carinho dirigido ao baiano que fez uma tal “Mila” musa de algum verão do século passado!

Vejam bem, não quero entrar no mérito das razões envolvendo o episódio polêmico de show interrompido.

Se Xand Avião atrasou mais de duas horas, se parou para bajular habitués de camarotes, se a Prefeitura de João Pessoa, organizadora da festa, falhou logisticamente, se o tal Netinho deu xilique de ex-estrelinha etc e coisa e tal…

Não que seja irrelevante a apuração dos fatos, mas a prosopopéia aqui é outra…

Menos ainda estou defendendo o ex-muso da Axé Music.

Não tenho procuração pra isso, quiçá nutro qualquer simpatia, mas qualquer mesmo, pelo dito cujo.

É exatamente o inverso disso tudo.

Querem transformar Netinho em persona non grata 

Mas, e apenas porém, no pandemônio em questão, ou qualquer outro, não vou fazer coro burro apenas por simpatia, ou antipatia.

Para completar o serviço de pedrada na vidraça alheia e mediocridade geral aparece um vereador pessoense propondo transformar o melindroso Netinho em persona non grata !

Veja você, Marcílio do HBE, parlamentar da capital e vice-presidente  municipal do recém criado PRD, foi quem propôs essa embromação.

Além do ato enviesado, sem atentar para a dimensão do caso e versões diversas, qual a relevância para o pessoense de execração em praça pública de um artista?

Ora, ora senhor parlamentar.

Querendo capitalizar em torno de uma polêmica barata que viralizou?

Típico desta nova política que espetaculariza o rasteiro. Que eleva a admiração aquela ignorância grupal.

Política que, curiosamente, une os dois: ao mesmo tempo, vereador e cantor nutrem simpatia pelo mesmo lado ideológico nacional.

Adivinha qual?

Aí, veja você, o progressista, aquele coleguinha que estende a faixa do “politicamente correto” na primeira ocasião, que gosta de pagar de moralizador mundial, julgador de tudo e todos pela sua régua de empatia, o que fez?

Condenou, previamente o xarope Netinho e o jogou aos porcos, tal qual quer fazer o senhor Marcílio.

Todo, todo extremo se encontra em alguma curva da mediocridade, perdão.

Em tempo, o vereador, por sinal, negou a proposta, mesmo após ter causado um reboliço em torno do tema e, sim verbalizado isso.

Mas, voltando a proposta de título de “persona non grata”…

O pior é que o cidadão tem estes atos e ideias ecoados por um povo que valoriza o ordinário.

Frases de efeito, ações exasperadas, via de regra envoltas em uma falsa moral e valores hipócritas.

Este filme eu já vi e parece ter entrado em um modo repeat universal.

Em resumo, enfadonho, chato e muito mal encenado!

Marcos Thomaz

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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