Um padre chamando ao confessionário.
Em linhas curtas e diretas, esta foi a mensagem que tentou transmitir o sacerdote e sua defesa ao arrolar como testemunhas de seu processo criminoso 36 testemunhas, dentre elas dezenas de autoridades.
A essa “chantagem” legal se somou a descoberta de câmeras secretas espalhadas pela unidade.
A quem o vigário quer impressionar, ou pressionar?
Padre Egídio, o nababesco líder católico, acusado de desviar mais de uma dezena de milhões de reais de um Hospital Filantrópico da capital paraibana.
Um golpe estarrecedor até para os moldes de escândalos seculares da Santa Igreja Católica!
Fato é que o sacerdote, como todo hipotético 171, tem suas cartas na manga e, como soi peculiar a estas espécies charlatãs, se vale de toda estratégia, das mais baixas.
Elencou como testemunha governador, presidente de Assembleia Legislativa, secretários etc e coisa e tal.
Até Dom Delson entrou na fila
Nem o seu “chefe imediato”, Dom Delson, Arcebispo da Paraíba, foi poupado da convocação.
Bom, difícil, de fato, imaginar que uma engenharia criminosa desta envergadura, com talvez dezenas de milhões de reais surrupiados na mão grande, tenha sido operada apenas pelo tal Padre…
Como esta matemática manipulada não foi identificada em qualquer contabilidade básica da mesma Arquidiocese?
Mas, que o senhor Egídio aponte, objetivamente, os outros envolvidos e não atire para todo lado, chamuscando nomes aleatoriamente!
Pelo menos, aparentemente, o acusado livrou o Papa Francisco… por enquanto…
Mas, o que isso quer dizer?
Além do caráter apelativo?
Tentativa de intimidar?
Com este ato, cria uma intimidação, ou tentativa de intimidar, como se mandasse recado a sociedade e alguns dizendo: “olha eu tenho como te envolver na história”
Além disso, o movimento do Padre e sua defesa cria uma ideia de poder e tentáculos poderosos em torno do acusado.
Ele “é amigo” de autoridades.
Pode ser também como uma cortina de fumaça, desviadora de atenção e protelatória do processo e investigação que, com certeza revelará ainda mais sujeiras no caso!
Fato é que seja quem mais esteja envolvido via Arquidiocese, ou outros setores paralelos, são contundentes as provas contra o Padre Egídio.
O CASO
Dezenas de Lulus da Pomerania ( e eu nem sei do que se alimenta este Deus da raça canina!!).
Apartamentos de luxo em João Pessoa, até móveis rústicos sob medida avaliados em quase uma centena de milhares de reais.
Uma esbórnia cristã!
Tudo sob a bandeira da filantropia.
É, apenas para refrescar a memória dos locais paraibanos e situar os “forasteiros”, a fortuna identificada como desviada era referente a uso no Hospital Padre Zé, um dos mais tradicionais hospitais da cidade.
A instituição que atende pessoenses e paraibanos de todo o estado há quase 60 anos, ganhou os holofotes locais e nacional pela porta dos fundos…
Não foram os nobres atendimentos a desvalidos e desassistidos…
Nem sequer a dedicação e altruísmo de dezenas de profissionais que atendem lá, desde o fundador José Coutinho, chamado de “pai dos pobres”…
Não foi alguma campanha de arrecadação de itens e/ou recursos para manutenção da atividade do local…
O que levou o Hospital Padre Zé as manchetes foi a ganância e mão grande de alguns, se apropriando para uso próprio de valores que deveriam se transformar em serviço de saúde a milhares de paraibanos.
Em resumo, além do prejuízo direto, a manobra criminosa do Padre e outros gerou um desgaste difícil de contornar à imagem da instituição.
Como uma entidade que vive de doações vai sustentar algum fluxo sem credibilidade junto a sociedade civil??
É hora de confessar os pecados, Padre Egídio!
Ou vai deixar tudo para o Juízo Final?
Marcos Thomaz
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Foto: TV Cabo Branco/Reprodução