Uma tragédia chocou a Colômbia e a comunidade médica desde o mês de julho. Uma menina de 10 anos, chamada Stefanía Villamizar González, morreu após ser infectada por uma ameba “comedora de cérebro”, que ela contraiu ao nadar na piscina de um hotel. A doença é extremamente rara e tem uma taxa de mortalidade de 95%.
Como tudo aconteceu
Stefanía estava hospedada em um hotel com sua família, em junho deste ano, quando decidiu se refrescar na piscina. Dois dias depois, ela começou a sentir dor de ouvido, febre e vômitos. Seus pais a levaram ao médico, que diagnosticou uma otite – uma inflamação do ouvido médio.
No entanto, o tratamento não surtiu efeito e a menina piorou. No começo de julho, ela não conseguia mais se levantar sem ajuda, tinha sensibilidade extrema à luz e sofreu convulsões. Ela foi internada em um hospital, mas seu estado de saúde continuou se deteriorando. Ela faleceu no dia 24 de julho.
Os médicos que a atenderam suspeitaram de uma meningite – uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. Mas só descobriram a causa real da morte após uma investigação das autoridades colombianas, que solicitaram a intervenção do Instituto Nacional de Saúde da Colômbia.
O que é a ameba “comedora de cérebro”
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde da Colômbia, Stefanía morreu por uma encefalite, provocada pela ameba Naegleria fowleri, também conhecida como “comedora de cérebro”. Essa ameba é um parasita microscópico que vive em águas doces, mornas e contaminadas. Ela entra no corpo humano através da cavidade nasal, quando a pessoa mergulha ou nada em locais infectados.
Uma vez dentro do nariz, a ameba viaja até o cérebro, onde se alimenta das células nervosas, causando uma infecção grave e fatal. Os sintomas incluem dor de cabeça, febre, náusea, vômito, rigidez no pescoço, confusão, alucinações, convulsões e coma. A doença tem o nome de meningoencefalite amebiana primária (MAP) e tem um prognóstico muito ruim. A maioria das pessoas morre em menos de duas semanas após a exposição.
Como se prevenir
A infecção pela ameba “comedora de cérebro” é muito rara. Contudo, evitar a infecção é possível com algumas medidas simples. A principal delas é evitar nadar ou mergulhar em águas doces, mornas e contaminadas, especialmente em épocas de calor. Se for inevitável, recomenda-se usar um clipe nasal ou tampões para impedir a entrada de água no nariz.
Também é importante manter a higiene das piscinas, usando cloro e outros desinfetantes para eliminar possíveis parasitas. Além disso, é preciso procurar atendimento médico imediato se apresentar algum dos sintomas da doença após ter contato com águas suspeitas.