A cidade de Belém, na Cisjordânia, considerada o local de nascimento de Jesus Cristo segundo o cristianismo, anunciou nesta quarta-feira (24) que cancelou as celebrações de Natal deste ano por causa da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
A decisão foi tomada pela prefeitura de Belém, que informou que apenas os rituais religiosos serão mantidos, em respeito às famílias que perderam parentes nos conflitos. A Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, tem sido palco de operações militares e confrontos entre soldados israelenses e manifestantes palestinos, que apoiam a resistência do Hamas.
Sem clima para festas
“Não há clima para festas neste ano. Estamos sofrendo com a agressão israelense contra o nosso povo, que já matou mais de 300 civis, incluindo crianças e mulheres, e feriu milhares de outros”, disse o prefeito de Belém, Anton Salman, em comunicado.
Belém costuma receber milhares de turistas e peregrinos de todo o mundo durante o mês de dezembro, que participam das festividades natalinas na cidade. Entre as atrações, estão a decoração de luzes, a árvore de Natal e o presépio gigante na praça da Manjedoura, onde fica a Basílica da Natividade, construída sobre a gruta onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu.
Na véspera de Natal, uma grande procissão sai da cidade de Jerusalém e chega a Belém, onde é celebrada uma missa solene na basílica. Este ano, porém, tudo isso foi cancelado.
“Vamos orar pela paz”
“Vamos apenas orar pela paz e pela justiça na Terra Santa. Esperamos que o próximo ano seja melhor e que possamos celebrar o Natal com alegria e esperança”, afirmou o prefeito.
A guerra entre Israel e o Hamas começou no dia 7 de outubro, quando o grupo islâmico disparou foguetes contra o território israelense, em resposta à repressão de Israel aos protestos palestinos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. Desde então, os dois lados trocam ataques aéreos e terrestres, sem sinais de trégua.
A comunidade internacional tem feito apelos pelo fim da violência e pela retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos, que estão paralisadas desde 2014. O Brasil, que reconhece o Estado da Palestina desde 2010, também se manifestou a favor de uma solução pacífica e duradoura para o conflito.