Um estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou informações sobre a orientação sexual no Brasil. Veja o ranking:
Distrito Federal
O Distrito Federal liderou com o maior percentual de pessoas autodeclaradas homossexuais ou bissexuais, atingindo 2,9%.
Amapá
Em segundo lugar destaca-se o Amapá, com 2,8% de pessoas autodeclaradas homossexuais ou bissexuais.
São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas
Em terceiro lugar encontram-se empatados os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas, contando com uma porcentagem de 2,3%.
Os analistas de Políticas Públicas, Alexsandre Lira e Daniel Suliano, membros da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Ipece e autores do estudo denominado “Ipece/Informe – Nº 229 – junho/2023 – Indicadores da Orientação Sexual do Brasil com Ênfase no Estado do Ceará”, destacaram que o objetivo da pesquisa é divulgar estatísticas relevantes sobre orientação sexual.
Lira e Suliano ressaltaram a importância de considerar os resultados das pessoas que se recusaram a responder ou que não sabiam sua orientação sexual, pois isso poderia fornecer uma compreensão mais precisa da distribuição de heterossexuais e homossexuais/bissexuais nos estados. Por exemplo, em Pernambuco, apenas 0,4% não sabiam ou se recusaram a responder, com 98,4% autodeclarados heterossexuais e apenas 1% homossexuais ou bissexuais.
Mas quais os estados com menos público LGBTQIAP+?
Pernambuco apresentou o menor percentual, com 1%, seguido pelo Ceará e Goiás, ambos com 1,2%.
Além disso, foi destacado que, apesar de Rondônia ter registrado o menor percentual de heterossexuais (91,6%), também apresentou o maior percentual de respostas de “não sabia/não respondeu” com 6,4%. Os analistas enfatizaram que a menor proporção de heterossexuais em um estado não implica necessariamente na maior proporção de homossexuais ou bissexuais.
No caso do Ceará, 4,2% dos entrevistados se recusaram a responder ou não sabiam sua orientação sexual. Enquanto 94,5% se declararam heterossexuais, apenas 1,2% se identificaram como homossexuais ou bissexuais, o que foi o índice mais baixo entre os estados brasileiros, juntamente com Goiás.
Quanto às capitais dos estados, a análise com base na PNS de 2019 revelou que Porto Alegre foi a que registrou o maior percentual de pessoas autodeclaradas homossexuais ou bissexuais, com 5,1%, seguida por Natal, com 4%, e Macapá, com 3,9%. Já Fortaleza, juntamente com Salvador, apresentou uma menor participação, atingindo 1,5%.
Observando os dados da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2019, foi apontado que no Ceará a distribuição dos casais por sexo e orientação sexual foi distinta, com apenas 28% dos casais coabitados sendo do mesmo sexo, sendo 72% de casais de lésbicas.
Ao analisar a questão da cor/raça, constatou-se que a maioria dos homens gays no Brasil são brancos (55%) e aproximadamente 1/3 são pardos (34%). No Nordeste, a proporção de homens gays pardos é de 62%. No Ceará, a maioria dos homens gays chefes de família se autodeclarou como pardos (90,5%), com apenas 9,5% se identificando como negros, e as demais raças tiveram pouca representatividade amostral.
Faixa etária
No que diz respeito às mulheres, tanto heterossexuais quanto lésbicas no Nordeste e no Ceará, a maioria se autodeclarou como parda. Em relação à faixa etária, homens gays e mulheres lésbicas do Ceará mostraram uma maior participação na faixa etária entre 40 e 59 anos, representando 49% e 63%, respectivamente.
Nível de escolaridade/Grau de instrução
Finalmente, ao considerar o nível de instrução, os homens gays apresentaram uma representatividade maior no nível superior, enquanto as mulheres lésbicas demonstraram uma maioria com nível de instrução médio.