Estudo revela as 10 cidades do Brasil com mais queimadas

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focos de incendios no Brasil
Imagem: Inpe

Um estudo recente do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelou que apenas dez cidades, localizadas nas regiões Norte e Centro-Oeste, são responsáveis por 20,5% das queimadas ocorridas no Brasil desde o início de 2024. Esses municípios são dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Ao mesmo tempo, somam um total de 39.247 focos de incêndio dos 190.943 registrados no país até 18 de setembro.

O município com o maior número de queimadas é São Félix do Xingu, no Pará. A princípio, ele já contabilizou 6.474 focos de incêndio. Em segundo lugar está Altamira, também no Pará, com 5.250 queimadas. Além dessas duas cidades, outros municípios da Amazônia e Pantanal também aparecem no topo da lista, conforme detalhado abaixo.

Tabela: As 10 Cidades com Maior Número de Queimadas em 2024

Cidade Estado Número de Focos de Incêndio
São Félix do Xingu PA 6.474
Altamira PA 5.250
Corumbá MS 4.736
Novo Progresso PA 4.598
Apuí AM 4.308
Lábrea AM 3.723
Itaituba PA 2.973
Porto Velho RO 2.710
Colniza MT 2.277
Novo Aripuanã AM 2.198

A Amazônia sob pressão

Um dado alarmante é que nove das dez cidades com mais queimadas estão na Amazônia, sendo a exceção Corumbá, localizada no Pantanal. De acordo com Beto Mesquita, membro do Grupo Estratégico da Coalizão Brasil Clima, isso demonstra que, apesar de queimadas também estarem ocorrendo no Cerrado, a maior concentração de focos de calor continua na floresta amazônica.

Além disso, sete dessas cidades também figuram na lista dos municípios que mais desmataram em 2023, segundo o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes). Entre elas estão Altamira, Corumbá, São Félix do Xingu, Porto Velho, Apuí, Lábrea e Colniza. Esse dado reforça a conexão entre desmatamento e incêndios, já que o uso do fogo é frequente para “limpar” áreas desmatadas.

Desafios no combate às queimadas

Os incêndios têm se tornado um vetor crescente de destruição na Amazônia. Mesquita destaca que as queimadas são muitas vezes utilizadas como uma forma de escapar dos sensores remotos que detectam o desmatamento. Esse cenário dificulta a fiscalização e a preservação da floresta, exigindo que o governo federal e os estados afetados adotem estratégias mais eficazes no combate a essa prática ilegal.

Para enfrentar esse desafio, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou que seis estados da Amazônia expliquem, em até 30 dias, as razões para a concentração de 85% dos focos de queimadas em apenas 20 municípios da região.

A necessidade de ação imediata

Os dados apresentados pelo Inpe deixam claro que as queimadas continuam sendo um dos maiores desafios ambientais do Brasil. A combinação entre desmatamento e uso do fogo para atividades econômicas está colocando em risco a preservação de biomas importantes.

O futuro da floresta e das comunidades que dela dependem está cada vez mais ameaçado. Dessa forma, o Brasil precisa rever suas práticas de uso da terra e combate às queimadas. O objetivo é garantir um desenvolvimento sustentável e a preservação de seus recursos naturais.

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