De “comunista” a liberal, todos têm as mãos sujas de Bets

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Foto: Agência Brasil

Não precisava ser bicheiro, cartomante, vidente, quiçá investigador para prever o óbvio: o efeito devastador das tais Bets, casas de apostas on-line no Brasil!

Abriram o galinheiro para as raposas entrarem e se esbaldarem.

Já escrevi aqui mesmo neste espaço sobre o disparate das Bets serem as financiadoras do futebol brasileiro de uns anos pra cá.

É proibido cochilar! Como as Bet´s transformaram erros do futebol em suspeita de manipulação

Cem dentre 99 times brasileiros patrocinados por casas de apostas.

Todas, absolutamente todas as competições oficiais da CBF com patrocínio máster dos novos “donos da bola”.

O esquema de manipulação de resultados controlando o jogo.

“O Brasil não é para amadores”.

Enquanto o problema estava restrito a esfera esportiva, já era grave, mas, e quando se espraia em âmbito nacional?

Quando, além de Tribunal Desportivo, questões morais etc, vira caso de saúde pública, polícia e drama social?

Se o vício em jogo já cataliza o foco humano há milênios, o que dizer unir isso a uma paixão nacional secular, no caso o futebol?

Olha o nível da combustão? Aposta, ganância e paixão!!

BINGO!

E agora, como quase sempre nesta bela e besta província, voltaremos a ser o “cachorro correndo atrás do próprio rabo”.

O mesmo governo progressista que, “na hora do vamo vê”, seguiu a cartilha neoliberal e colocou o lucro a frente de tudo, agora tenta apagar incêndio carregando água no bico.

E nem estou falando das queimadas se alastrando em solo nacional!?!

Estou tratando das labaredas deste sistema nefasto de casa de apostas que queima e devasta a sociedade brasileira.

Tigrinhos e afins são apenas a pontinha do Iceberg!

Das profundezas insondáveis das Bets emerge um monstro dos mares com tentáculos se expandindo rumo à terra firme.

Quando se apontavam os riscos, potencial destrutivo da regularização e liberação de publicidade desta atividade, apenas o controle fiscal interessava a este e outros governos.

Na pauta do projeto de Lei e MPs do tema apenas o foco no controle de arrecadação, nada, ou quase nada do impacto social da atividade.

“LUCRÔ. MÁQUINA DE LUCRÔ!”

Mercado, os tradicionais serviçais políticos deste mesmo mercado e os tais “comunistas”, todos juntos vibrando, entusiasticamente, com o novo filão de receita pública brasileiro.

Agora, com micro-balanços, recortes sociais e dados da hecatombe social o sinal de alerta acendeu!

Nada menos que 3 bilhões de reais de beneficiários do Bolsa Família foram aplicados diretamente em apostas nestes canais.

Recursos destinados a assistência emergencial de vulneráveis com finalidade desviada para alimentar vícios.

E nem me venha você, oportunista alienado, utilizar isto para demonizar política pública assistencial!? Guarde seu ranço de elitista tupiniquim pra lá, pois a questão aqui é outra.

Algumas medidas de redução dos estragos já estavam no radar, como fim do funcionamento de empresas do ramo que não se credenciaram (estima-se que 500 estejam fora da regularização e apenas 113 aptas a continuar.

Mas, quem vai retirar as outras de circulação? Após estarem cristalizadas, com carta de clientes, presentes em apps e gozando até mesmo de credibilidade junto aos “clientes”?

“PENSE NUM ABSURDO… HÁ PRECEDENTES”

Somos o país que há um século finge proibir o Jogo do Bicho!?!?!

Outra ação já planejada é a proibição de apostas em cartões de crédito.

Todas estas primeiras medidas já estarão em vigor a partir de outubro.

Diante do caos, o presidente Lula, pessoalmente, vai se engajar na causa e promete apresentar um pacotão mais robusto de ações contra os avanços do sistema de jogos on-line.

Nem preciso dizer que é tarde, muito tarde.

A partir de agora tudo é paliativo.

O estrago já está feito e entranhado no seio social brasileiro.

Agora é só contenção de danos, enxugar gelo, ou abanar carvão molhado, como diz na Bahia!

Marcos Thomaz    

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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