Cientistas encontram “Cara Sorridente” em Marte: sinais de vida no Planeta Vermelho?

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cara sorrindo em marte
cara sorrindo em marte Foto:ESA / TGO / CaSSIS

Recentemente, cientistas detectaram uma intrigante formação de “cara sorridente” na superfície de Marte. A princípio, o local pode ser um resquício de um lago que secou há bilhões de anos. A descoberta, feita pelo ExoMars Trace Gas Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA), reacendeu as esperanças de encontrar sinais de vida microbiana antiga no planeta. A imagem da formação foi compartilhada pela ESA em suas redes sociais no dia 7 de setembro e chamou a atenção de astrônomos e entusiastas do espaço em todo o mundo.

Uma “Cara Sorridente” Feita de Sais Antigos

A “cara”, que é visível apenas em condições específicas, tem em sua composição depósitos de sal antigos. Essas formações têm dois “olhos” que são crateras de impacto e um contorno circular que se assemelha a um sorriso. Esses depósitos de sal, identificados pelas câmeras de infravermelho do orbitador, têm uma coloração que varia entre rosa e violeta, destacando-se do restante da superfície marciana.

A descoberta é parte de um estudo publicado na revista Scientific Data em 3 de agosto. Ao mesmo tempo, o levantamento catalogou 965 depósitos de sal na paisagem de Marte. Embora o tamanho exato da “cara sorridente” ainda seja desconhecido, esses depósitos geralmente variam entre 300 e 3.000 metros de largura.

Sais: Conservadores de Sinais de Vida?

Os cientistas estão especialmente entusiasmados com esses depósitos de sal, pois eles podem oferecer pistas sobre a habitabilidade passada de Marte. Quando as massas de água do planeta começaram a evaporar há cerca de 2 a 3 bilhões de anos, restaram esses vestígios de sal. Eles são um dos poucos indicadores do clima outrora dinâmico do Planeta Vermelho, que já teve lagos, rios e oceanos.

O processo de secagem da água em Marte ocorreu por conta da perda de seu campo magnético, o que permitiu que os ventos solares desintegrassem a atmosfera do planeta. Com o resfriamento progressivo, grande parte da água líquida se congelou ou evaporou para o espaço. As últimas poças de água, altamente salgadas, podem ter conseguido permanecer líquidas em condições frias, criando um ambiente potencialmente habitável para formas de vida extremas conhecidas como extremófilos.

Marte e o Passado Biológico: O Que Pode Estar Escondido?

Contudo, os cientistas sugerem que essas poças salgadas poderiam ter funcionado como um refúgio para microrganismos extremófilos, que são capazes de sobreviver em ambientes hostis. Se esses micróbios realmente existiram em Marte, seus restos poderiam estar preservados nos depósitos de sal. Desse modo, oferecendo uma janela única para o passado biológico do planeta. A estrutura dos sais pode ter atuado como um conservante, mantendo possíveis provas de atividade biológica intactas por bilhões de anos.

Essa descoberta não apenas destaca o potencial de Marte como um antigo habitat para vida microbiana, mas também reforça a importância de explorar esses depósitos de sal. Eles são mais do que apenas vestígios geológicos; são cápsulas do tempo que podem conter respostas sobre a vida em Marte e a evolução do planeta ao longo dos milênios.

Com futuras missões espaciais e novas tecnologias, a exploração dessas formações pode revelar se Marte, em algum momento de sua história, abrigou vida. Até lá, a “cara sorridente” permanece como um enigma cativante, desafiando cientistas a decifrar os segredos do Planeta Vermelho.

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