A ‘nova política’ que cheira a naftalina ou coisa pior

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A política cheira um pouco a naftalina…

Esse é o odor, digo pensamento que me vem a mente ao ver a filiação e anúncio de Datena como candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB!

E a referência a aroma aqui nada tem de gosto, ou desgosto.

Mas, que cheira bem, não cheira…

É apenas para ilustrar o tal modelo de nova política, outsider, que se tenta imputar a figurinhas “novatas”, ou mesmo “veteranas” com plástica na política eleitoral.

“Eu vejo um museu de grandes novidades”

Já falei do PT em chamas pessoense…

Mas, lá pras bandas de “Sum Paulo”, onde um paraibano e tantos brasileiros viram/viraram suco é que escorre o sumo da política brasileira

Datena, aquele senhor do “não sei se vou, ou se fico”, que já se candidatou e recuou trocentas vezes…

Sem nunca ter, de fato, se candidatado a nada, ido e refugado em 4 pré-candidaturas, o tal outsider, solução da hora neste país de medidas radicais, irracionais e fórmulas mágicas, chega a sua décima primeira legenda.

Nem bem faz parte do jogo, do sistema e já pulou de galho em galho tantas vezes, imagina imerso no fisiologismo geral do esquema?!?!

Mais que isso, resolveu agora dar este voo rasante e pousar no ninho tucano. Aquela sigla de espécies quase em extinção…

Ao lado do apresentador, ninguém mais, ninguém menos que Aécio Neves, o mineiro que chocou o ovo da serpente nesta selva Brasil e abriu as trilhas para “passar a boiada”, manada e toda fauna após questionar resultado eleitoral presidencial em 2014.

O mesmo Datena, que elogiava Lula e jantava com Bolsonaro em aparentes “tenebrosas transações”.

E não se enganem, este mesmo Datena, cercado de plumagem colorida, azuis, amarelas e danificadas, que dão a impressão de não alçar mais vôo, aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, sem sequer ter lançado nome.

-Ah, Marcos, “o novo sempre vem”.

-Ok, ok.

Entretanto, no outro lado da disputa pela maior e mais rica cidade brasileira, o eterno rival tucano tenta a ferro e fogo retornar a prefeitura paulista mesmo por vias indiretas.

Vale até autofagia e anistia no modelo quase cristão.

Eduardo Suplicy, petista leal desde os primórdios, pleiteava a vice na chapa do favorito Guilherme Boulos, do PSB.

Mas, a cúpula vermelha, conduzida pelo próprio Lula montou uma cruzada para convencer Marta Suplicy a retornar aos quadros após, literalmente, “cuspir no prato que comeu” e ser a representante do PT na chapa.

Marta, ex-mulher de Suplicy, que prometeu bater chapa interna nas prévias do partido.

 

Quase uma briga de marido e mulher nas hostes partidárias.

Até o menino Supla (eterno “papito”) falou sobre isso.

Claro, que o deputado, na finesse, diplomacia e bom senso costumeiro, recuou e logo declarou apoio a ex-companheira e a legenda.

Na corrida paulistana, claro o bolsonarismo se faz presente com o provável apoio ao atual prefeito Ricardo Nunes, do MDB, onde Marta Suplicy esteve aboletada até dia destes.

Tem também o folclórico Pablo Marçal como representante fidedigno da distopia ideológica do ex-presidente…

Fato é que São Paulo espelha o Brasil, assim como a política reflete nossas incoerências.

E não nos enganemos, é em São Paulo que, mais que nunca estão/estarão todos os holofotes brasileiros neste ano da graça eleitoral.

Um divisor de águas, fiel da balança para a disputa mor que se avizinha em 2026.

Como “nunca antes na história”, todo mundo de olho na Terra da Garoa…

 

Marcos Thomaz

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

**Foto de Mario Palhares/PSDB/Divulgação

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