25.5 C
Brasília
07/09/2024

Do ‘Não é não’ à CPI do Padre: o Brasil e a fé na base do ódio

Você pode até tentar alegar que eu não tenho lugar de fala para abordar o Cristianismo, analisar a fé alheia.

E isso até seria verdade na perspectiva de que não sou devoto de nada!

Mas, se tem uma coisa que qualquer cidadão brasileiro tem propriedade a tratar é sobre a fé Cristã e seus tentáculos.

Afinal, este Estado Laico de fachada brasileiro não engana ninguém

Seja de onde for, venha de onde vier, aqui em solo tupiniquim, você vive o Cristianismo de uma forma, ou de outra.

Do calendário aos símbolos sacralizados.

Das gírias e ditados populares aos costumes.

Eu mesmo fui batizado e fiz primeira comunhão sem ter, necessariamente, escolhido isso.

Para o menino não ficar pagão.

É esta mesma pátria de valores tão controversos que caminha a passos largos para uma radicalização institucionalizada da teocracia cristã.

Estima-se que, talvez já na próxima década os evangélicos sejam maioria entre os religiosos nacionais.

Nada demais isso se estivesse restrito aos templos e fés individuais e coletivas a cada grupo.

“Admiro os crentes”, já dizia Mano Brown.

O problema é o tipo de evangelismo que se estabelece no Brasil.

Este Neopentecostalismo que tantas vezes já abordei aqui nestas paragens e é um verdadeiro EVANGEQUISTÃO

Os antes vorazes devoradores de dízimos alheios não se saciam mais com estas “migalhas”.

Querem e ocupam poderes políticos, administrativos e de toda esfera.

Bancada Evangélica, a mais poderosa do Congresso Brasileiro hoje, afinal quem quer se indispor com milhões de fiéis seguidores de pastores inescrupulosos, negacionistas e indutores da falsa informação.

 

Alguém falou de Malafaias, Macedos, Valdemiros aí??

É deste poder paralelo neopentecostal que emerge pressões, por exemplo, para excluir as igrejas e seus líderes ilibados do projeto de Lei “Não é Não”, sancionado pelo presidente Lula.

A institucionalização em crime da campanha há anos deflagrada contra assédio e importunação as mulheres, considera pastores, padres homens santos, acima do bem e do mal.

O texto prevê códigos de sinalização e proteção a mulheres vulneráveis, ou ameaçadas.

Entretanto, exclui, categoricamente cultos e outros lugares de natureza religiosa da obrigação.

Ora, ora, nunca jamais um profeta, escolhido divino que comanda rebanhos do alto do seu púlpito precisaria se sujeitar a isso, menos ainda cometeria alguma falta de decoro contra uma mulher.

É, meus caros, o descrente aqui tem real dificuldade de entender este Cristianismo que persegue, impõe, não tolera o outro, diferente.

Pior, que trata ações pautadas eminentemente no ensinamento de Jesus como algo demoníaco.

São estes mesmos que querem crucificar o Padre Júlio Lancelote, aquele cristão que teima em fazer o bem ao outro.

Quem já viu alimentar desvalido, agasalhar quem tem frio?

 

Uma ofensa ao Cristianismo

Uma heresia tão grave que vai justificar a instalação de Comissão Parlamentar Inquérito na Igreja de Vereadores paulistas, digo Câmara Municipal de São Paulo.

Os cristãos perseguindo os seus e adivinha a quem vai restar fazer a defesa deste homem de bem e de fé?

Aos ateus, umbandistas, espíritas talvez…

É este Cristianismo que se alastra pelo Brasil!

Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor.

Siga-nos no Instagram @ogirododia

Redação Giro do Dia
Redação Giro do Dia
A Redação Giro do Dia está sempre de olho no que está ocorrendo no Brasil.

Related Articles

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisement -

Últimas