A ex-presidente Dilma Rousseff, que atualmente preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco do Brics, recebeu o prêmio de Mulher Economista de 2023, concedido pelo sistema Cofecon/Corecons, que reúne o Conselho Federal de Economia e os Conselhos Regionais de Economia. A honraria reconhece a trajetória profissional e acadêmica de Dilma, bem como sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Uma carreira marcada por desafios e conquistas
Dilma Rousseff é formada em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e possui mestrado em teoria econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Iniciou sua carreira pública no Rio Grande do Sul, onde foi secretária de Fazenda, de Minas e Energia e de Planejamento e Gestão. Em 2003, foi convidada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério de Minas e Energia, cargo que ocupou até 2005, quando se tornou ministra-chefe da Casa Civil.
Em 2010, foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil, com mais de 55 milhões de votos. Em seu primeiro mandato, Dilma implementou importantes programas sociais, como o Brasil sem Miséria, o Mais Médicos e o Pronatec, além de ampliar o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Também investiu na infraestrutura do país, com obras de mobilidade urbana, energia, saneamento, portos, aeroportos e rodovias. Em 2014, foi reeleita com mais de 54 milhões de votos, em uma das eleições mais disputadas da história.
No entanto, seu segundo mandato foi marcado por uma grave crise econômica, política e institucional, que culminou em seu afastamento do cargo em 2016, após um processo de impeachment controverso, baseado em supostas irregularidades fiscais. Dilma sempre negou as acusações e denunciou o que chamou de “golpe parlamentar”.
Após deixar a presidência, Dilma continuou atuando na defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania nacional. Em 2019, foi nomeada presidente do NDB, o banco dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O NDB tem como objetivo financiar projetos de desenvolvimento sustentável nos países-membros e em outras nações emergentes.
Um reconhecimento merecido
De acordo com o comunicado do Cofecon, a premiação “marca não apenas a celebração do mérito da economista, mas também destaca a importância de reconhecer e valorizar as mulheres que desempenham papéis relevantes na promoção do desenvolvimento com responsabilidade social”. O comunicado também ressalta o legado e a expertise de Dilma no campo econômico, bem como seu papel fundamental na formulação e implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil.
O prêmio de Mulher Economista foi criado em 2020 pelo Cofecon, com o objetivo de homenagear as profissionais que se destacam na área da economia e que contribuem para o avanço da ciência econômica e para o bem-estar da sociedade. As primeiras ganhadoras foram as professoras Denise Lobato Gentil e Esther Dweck, ambas do Instituto de Economia da UFRJ. Em 2018, a economista Tânia Bacelar, que foi secretária de Planejamento e de Fazenda de Pernambuco, recebeu os títulos de Mulher Economista Destaque e Personalidade Econômica de 2018.
A cerimônia de entrega do prêmio de Mulher Economista de 2023 está prevista para ocorrer em março de 2024, em Brasília, durante o Dia Internacional da Mulher. A data e o local ainda serão confirmados pelo Cofecon.