Uma mulher de 90 anos foi descoberta ainda viva no necrotério do Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, após ter sido erroneamente declarada morta pela equipe médica da instituição. A idosa deu entrada no hospital na sexta-feira (24) e recebeu o atestado de óbito no sábado à noite (25). Posteriormente, ela foi transferida de volta para um quarto, mas acabou falecendo na segunda-feira (27).
O caso
A situação veio à tona quando um funcionário de um crematório local foi ao hospital para recolher o corpo da idosa, a fim de realizar os procedimentos fúnebres, e percebeu que Norma Silveira da Silva ainda apresentava sinais vitais, como respiração e temperatura corporal elevada. A mulher foi encontrada dentro de um saco, conforme relatado pela família.
Ao ser contatada pelo G1, a direção do hospital informou que a paciente estava em tratamento paliativo e iniciou uma sindicância para apurar as responsabilidades no incidente. O Comitê de Ética Médica e a Comissão de Óbito também foram acionados para investigação.
Dois atestados de óbito foram emitidos para a mulher, compartilhados com a reportagem. O primeiro foi registrado no sábado à noite, por volta das 23h40, quando a idosa foi encaminhada ao necrotério. O segundo atestado foi emitido na madrugada de segunda-feira, às 4h50 (imagens abaixo).
Jéssica Martins Pereira, amiga de Norma que a acompanhou no hospital, anunciou que a família planeja processar o hospital, classificando o ocorrido como um “descaso que eu não desejo para ninguém”.
O G1 questionou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre a causa da morte, mas não obteve resposta. Jéssica afirmou que a família, até o momento, não possui detalhes sobre o que motivou a morte. A idosa foi cremada na segunda-feira.
O que diz a amiga de Norma?
Segundo o relato de Jéssica, a idosa deu entrada no hospital na sexta-feira em estado inconsciente, com histórico de problemas no fígado e já havia sido atendida no mesmo hospital em outubro.
Na noite de sábado, por volta das 23h40, os médicos informaram à família que ela havia falecido e que o corpo havia sido encaminhado ao necrotério. A família procedeu com os trâmites para a liberação do corpo e contatou a empresa para a cremação. Entretanto, o funcionário do crematório, ao chegar à unidade de saúde por volta da 1h30 de sábado, percebeu que a idosa ainda estava viva dentro do saco funerário. Jéssica descreveu o momento como angustiante, destacando que a idosa ficou no saco quase morrendo asfixiada por cerca de duas horas, das 23h40 até 1h30 da manhã.