Um carro em via pública urbana a mais de 160 quilômetros por hora, ultrapassa o sinal vermelho e atinge em cheio uma motocicleta em serviço profissional.
O condutor da moto arremessado ao solo, a vários metros de distância, fatalmente não resistiu.
Com o impacto o carro colidiu e derrubou parte do muro de um condomínio no Retão de Manaíra, uma das principais vias de João Pessoa.
O motorista do “carro de Fórmula 1” fugiu (flagrado por câmeras de segurança de prédios das redondezas) e após quase um ano foragido se entregou a polícia.
No carro abandonado no local rasytros da destruição com latas de cerveja vazias e resquícios de drogas.
O fato em questão aconteceu no final de 2021, na capital da Paraíba, mas semelhantes acontecem todos os dias no sanguinário trânsito brasileiro, o mais violento do mundo.
Passados mais de dois anos do acidente nenhuma decisão judicial sobre o caso.
Típico da morosidade e impunidade que agem sobre os casos de crimes de trânsito no Brasil.
Nesta sexta-feira, 24 de novembro, estava marcado o júri popular de Ruan Macário, o condutor do carro a 163km/h.
Mais uma vez adiado.
A alegação? Problemas de saúde do réu.

O mesmo réu que com uma defesa bem articulada e se valendo das brechas legais. Manobra, estica, puxa e estende prazos e tempo de uma mais que provável condenação.
Na data de julgamento prevista anteriormente, o adiamento foi motivado devido a problemas de sinal de internet. A princípio, o acusado está em Catolé do Rocha e participaria por videoconferência.
Catolé do |Rocha, aliás, foi a cidade onde escolheu se esconder e se entregou 10 meses após o acidente.
Agora, a expectativa da família de Kelton Marques, o motoboy, que fazia entregas na madrugada para complementar renda, é que o júri popular ocorra de fato e haja justiça.
Kelton deixou duas filhas e um senso coletivo de mobilização popular e urgência em punição, ação efetiva da justiça para casos brutais assim.
O novo julgamento de Ruan Macário está marcado para o dia 18 de dezembro, presencial e com júri popular.