O que você precisa saber sobre o possível “apocalipse da internet” em 2024

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Você já imaginou como seria viver sem internet? Pois essa é uma possibilidade real que pode acontecer em 2024, segundo um cientista que estuda os efeitos das atividades solares na tecnologia humana.

O professor Peter Becker, da Universidade George Mason (Virgínia, EUA), é responsável por desenvolver sistemas de alerta sobre eventos solares que possam prejudicar a infraestrutura de comunicação, navegação e energia do mundo. Em uma entrevista ao site Insider Paper, ele apontou o que considera um “apocalipse da internet” em 2024. De acordo com ele, uma enorme tempestade solar pode afetar todo o planeta e causar danos irreparáveis aos equipamentos eletrônicos.

O que é uma tempestade solar?

Uma tempestade solar é um fenômeno que ocorre quando o Sol libera grandes quantidades de energia e partículas carregadas no espaço. Essas partículas podem interagir com o campo magnético da Terra e provocar distúrbios na atmosfera e na superfície terrestre.

As tempestades solares têm classificação em cinco categorias, de acordo com a sua intensidade: G1 (menor), G2 (moderada), G3 (forte), G4 (severa) e G5 (extrema). As tempestades mais fortes podem causar efeitos como:

  • Auroras boreais e austrais mais intensas e visíveis em latitudes mais baixas.
  • Interferências nas transmissões de rádio e televisão, nos sinais de celular e na internet.
  • Erros nos sistemas de navegação por satélite, como o GPS.
  • Danos nos satélites artificiais, que podem ficar fora de órbita ou perder o funcionamento.
  • Sobrecargas nas redes elétricas, que podem levar a apagões e curtos-circuitos.
  • Riscos à saúde dos astronautas e dos passageiros de voos de alta altitude, que podem ficar expostos a altas doses de radiação.

Por que 2024 pode ser um ano crítico?

Segundo o professor Becker, 2024 pode ser um ano crítico porque coincide com o pico do Ciclo Solar 25, que é o período de 11 anos em que a atividade do Sol varia entre máxima e mínima. O Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA, que é a agência americana responsável por monitorar o clima espacial, prevê que o Ciclo Solar 25 será mais intenso do que o anterior e que pode ocorrer uma supertempestade solar antes do previsto.

“A Internet atingiu a maioridade numa época em que o sol estava relativamente calmo e agora está entrando numa época mais ativa”, disse Becker, conforme o site Insider Paper. Ele alerta que esta é a primeira vez na história que houve uma convergência entre o aumento da atividade solar com a dependência da internet pelo ser humano.

Becker explica que a internet é composta por cabos de fibra ótica que transmitem dados por meio de pulsos de luz. Esses cabos são vulneráveis às correntes elétricas induzidas pelas tempestades solares, que podem causar superaquecimento, fusão e interrupção do sinal. Além disso, os cabos submarinos que conectam os continentes podem ser afetados pela variação do campo magnético terrestre, que pode alterar a direção e a velocidade da luz.

O cientista afirma que, se uma tempestade solar de grande magnitude atingir a Terra, pode haver um “apocalipse da internet”, que seria a perda total ou parcial da conectividade global. Isso teria consequências graves para a economia, a educação, a saúde, a segurança e a sociedade em geral.

Como se preparar para esse cenário?

Becker diz que é possível se preparar para esse cenário, mas que é preciso agir com antecedência e investir em medidas de proteção e contingência. Ele sugere algumas ações, como:

  • Criar sistemas de alerta e monitoramento do clima espacial, que possam informar com precisão e rapidez sobre a ocorrência e a intensidade das tempestades solares.
  • Desenvolver tecnologias que possam mitigar ou resistir aos efeitos das tempestades solares, como cabos blindados, geradores de energia alternativos e dispositivos de armazenamento de dados.
  • Estabelecer protocolos de emergência e de recuperação, que possam garantir o funcionamento mínimo dos serviços essenciais e a restauração da internet o mais rápido possível.
  • Conscientizar e educar a população sobre os riscos e as precauções relacionadas ao clima espacial, que possam reduzir o pânico e o caos em caso de uma crise.

Becker reconhece que essas medidas têm um custo elevado e que exigem uma cooperação internacional, mas que são necessárias para evitar um cenário catastrófico. Ele espera que a sua pesquisa possa contribuir para aumentar a conscientização e a preparação para esse desafio.

“Não podemos impedir que o Sol faça o que ele faz, mas podemos nos preparar para lidar com isso”, concluiu.

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