Bolsonaro quer ir à posse de Milei, mas será que ele é bem-vindo na Argentina?

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A eleição de Javier Milei, um economista ultradireitista e ultraliberal, para a presidência da Argentina surpreendeu o mundo e gerou reações diversas. Entre os que comemoraram a vitória de Milei, está o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), que pretende viajar a Buenos Aires em dezembro deste ano para prestigiar a posse do novo mandatário. No entanto, a presença de Bolsonaro pode não ser tão bem recebida pelos argentinos, nem mesmo pelos aliados de Milei.

Bolsonaro viu na eleição de Milei uma oportunidade de reverter o isolamento político que sofreu na América do Sul. Ele Bolsonaro também espera que Milei seja um parceiro na defesa dos interesses do Brasil na região, especialmente no Mercosul, onde o governo de Alberto Fernández, antecessor de Milei, adotou uma postura crítica e contrária às propostas de Bolsonaro.

No entanto, Milei pode não corresponder às expectativas de Bolsonaro. Após vencer as eleições, Milei deu entrevista à imprensa já com um discurso totalmente diferente de sua campanha. O tom de rompimento que pregava deu lugar a “fazer tudo dentro da lei”.

Além disso, Bolsonaro pode enfrentar uma forte rejeição por parte da sociedade argentina, que tem uma visão controversa do ex-presidente brasileiro. Bolsonaro também não tem uma boa relação com a imprensa argentina, que frequentemente o critica e o ridiculariza.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro tentou interferir no processo eleitoral argentino, enviando seu filho Eduardo Bolsonaro para fazer campanha para Milei. No entanto, o gesto foi visto como uma intromissão indevida e uma falta de respeito pela soberania argentina. Eduardo Bolsonaro chegou a ser cortado ao vivo da TV durante uma entrevista ao falar de liberar armas para o povo argentino, uma proposta que não tem apoio popular no país vizinho.

Diante desse cenário, é provável que Bolsonaro não seja bem-vindo na Argentina, nem mesmo pelos apoiadores de Milei, que podem ver nele um obstáculo para a construção de uma imagem positiva e mais moderada do novo presidente. Bolsonaro pode ser visto como um fardo, e não como um aliado, para Milei, que terá que lidar com os desafios de governar um país em crise econômica, social e sanitária, e que precisa de apoio e diálogo com os demais países da região e do mundo.

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