Peixe-leão: uma ameaça à biodiversidade que já atinge oito estados

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O peixe-leão é uma espécie exótica invasora que vem causando grandes problemas para o meio ambiente e para a atividade pesqueira no Brasil. Originário dos oceanos Índico e Pacífico, o peixe-leão foi introduzido acidentalmente no Atlântico, provavelmente por meio do descarte de aquários, e se espalhou rapidamente pela costa americana, desde os Estados Unidos até o Caribe e a América do Sul.

No Brasil, o primeiro registro do peixe-leão foi em 2014, no Amapá, mas desde 2020 a espécie vem sendo avistada com frequência em oito estados: Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A tendência é que o peixe-leão continue avançando pelo litoral brasileiro, podendo chegar a regiões mais sensíveis, como a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, em Pernambuco, que abriga o maior banco de recifes de coral do Atlântico Sul.

Mas por que o peixe-leão é tão perigoso?

Porque ele é um predador voraz, que se alimenta de outros peixes do mesmo tamanho ou menores, incluindo espécies comerciais e ameaçadas de extinção. Além disso, ele tem uma alta capacidade reprodutiva, podendo liberar até 30 mil ovos a cada quatro dias. E para completar, ele é venenoso, possuindo espinhos que injetam toxinas que causam dor intensa, inchaço, náusea e até paralisia.

Com isso, o peixe-leão representa uma séria ameaça à biodiversidade marinha, ao equilíbrio ecológico, à pesca artesanal e ao turismo, gerando prejuízos ambientais, econômicos e sociais. Segundo um estudo da Confederação Brasileira da Pesca e Aquicultura (CBPA), o peixe-leão pode reduzir em até 80% a biomassa dos peixes nativos em apenas cinco anos.

Diante desse cenário, a CBPA pediu ao ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, que tome medidas urgentes para controlar a crise da invasão do peixe-leão na costa brasileira. Em um evento realizado nesta terça-feira (7/11), em Brasília, a confederação apresentou um relatório ao ministro, contendo dados e propostas de ações para enfrentar o problema.

Quais as sugestões para controlar a invasão do peixe-leão?

Entre as sugestões, estão a captura e extração do peixe-leão, a pesquisa e monitoramento da espécie, o plano de comunicação e educação ambiental e a inserção do peixe-leão em uma cadeia produtiva, incentivando o seu consumo humano e animal. A ideia é que os pescadores artesanais e as populações locais sejam envolvidos nesse processo, recebendo orientações e incentivos para capturar o peixe-leão de forma segura e rentável.

O ministro André de Paula elogiou o trabalho da CBPA e afirmou que o governo está empenhado em buscar soluções para o problema. Ele disse que o ministério vai analisar o relatório e elaborar políticas públicas em parceria com outras instituições, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que já vem realizando o manejo do peixe-leão em algumas áreas.

O peixe-leão é um desafio que exige a união de esforços de todos os setores envolvidos, desde o governo até a sociedade civil. Somente assim será possível minimizar os impactos dessa espécie invasora e preservar a riqueza e a beleza do nosso litoral.

Foto: ICMBio

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