Eclipse anular do sol: como e onde ver o fenômeno neste sábado

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Neste sábado (14), o céu vai nos presentear com um espetáculo raro: um eclipse anular do sol, que ocorre quando a lua cobre a maior parte do disco solar, deixando apenas um anel brilhante na borda. Esse fenômeno também é conhecido como “anel de fogo” e poderá ser visto de algumas regiões do Brasil, especialmente no Norte e no Nordeste.

Mas se você não mora nessas áreas ou quer acompanhar o eclipse com mais segurança e detalhes, não se preocupe. O Observatório Nacional, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vai transmitir o eclipse em evento virtual O Céu em sua Casa: Observação Remota, que é uma ótima opção para quem quer ver o anel de fogo sem sair de casa.

O que é um eclipse anular do sol?

Um eclipse anular do sol acontece quando a lua, como vista a partir da Terra, parece menor que o sol no céu. Assim, a lua não cobre o disco solar totalmente, restando um anel luminoso no contorno da lua. Isso ocorre porque a órbita da lua ao redor da Terra não é circular, mas elíptica, o que faz com que a distância entre ambas varie ao longo do tempo.

Quando a lua está mais próxima da Terra, temos um eclipse total; quando a lua está mais distante, temos um eclipse anular. Nos dois casos, naturalmente, os discos lunar e solar têm de se sobrepor completamente, sem o que se tem um eclipse parcial. Há ainda o eclipse híbrido, que ocorre quando o eclipse anular muda para um eclipse total, ou vice-versa, ao longo do caminho do eclipse.

Como e onde ver o eclipse anular do sol?

O eclipse anular do sol deste sábado terá início às 11h30 da manhã (horário de Brasília) quando o eclipse anular estiver começando na costa oeste dos Estados Unidos, e vai acompanhar todo seu percurso até que chegue ao seu final na costa leste do Brasil em torno das 17h30. Para saber onde o eclipse será visível, você pode consultar uma página na internet que mostra o mapa da trajetória do fenômeno.

No Brasil, apenas em alguns estados das regiões Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba) o eclipse anular poderá ser visto. Nos demais estados do país, o eclipse será parcial. Isso ocorre porque a visibilidade de um eclipse depende da posição do observador em relação à linha do eclipse.

O professor Tarciro Mendes, da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), explica que é necessário que o observador esteja exatamente sobre a linha “riscada” pela umbra, que é a região onde a sombra da Lua sobre a Terra é a mais intensa. “Contornando a umbra temos a penumbra, onde os observadores sob ela podem observar um eclipse parcial. Fora da penumbra e da umbra, não é possível observar eclipse algum”, disse.

O físico explicou que, no Brasil, o eclipse começa a ser visto às 14h05 na cidade de Tefé (Amazonas) e acaba às 17h55 na cidade de João Pessoa (Paraíba), considerando o evento completo, tanto anular quanto parcial. “O Brasil é o país do mundo onde a anularidade – período de tempo em que a Lua permanece totalmente dentro do disco solar – terá a maior duração, 55 minutos e 30 segundos”, ressaltou.

Segundo o Observatório Nacional, a anularidade será visível, além do Brasil, nos Estados Unidos, México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia. Em outras partes das Américas – do Alasca à Argentina – um eclipse parcial será visível.

Cuidados ao observar o eclipse anular do sol

Se você pretende observar o eclipse anular do sol ao vivo, é preciso tomar alguns cuidados para não prejudicar a sua visão. O Observatório Nacional alerta que nunca se deve olhar diretamente para o sol, nem mesmo com óculos escuros, pois eles não oferecem proteção adequada. A exposição direta pode causar danos irreversíveis à retina.

O ideal é usar um filtro solar específico para observação astronômica, que pode ser encontrado em lojas especializadas, ou um vidro de máscara de soldador com tonalidade 14 ou superior. Outra opção é usar uma técnica de projeção, que consiste em fazer um pequeno furo em um cartão e projetar a imagem do sol em uma superfície branca, como uma folha de papel.

O professor Leonardo Almeida, também da ECT/UFRN e doutor em Astrofísica, recomenda que as pessoas procurem um local aberto e com boa visibilidade do horizonte, sem obstáculos como prédios ou árvores. Ele também sugere que as pessoas usem um aplicativo de celular que mostre a posição do sol no céu, como o Stellarium, para facilitar a localização do astro.

Aproveite o espetáculo!

O eclipse anular do sol é um fenômeno raro e belo, que nos permite admirar a natureza e a astronomia. Aproveite essa oportunidade para ver o anel de fogo no céu ou acompanhar a transmissão virtual do Observatório Nacional. E lembre-se: o próximo eclipse anular ocorrerá em 2 de outubro de 2024, mas não poderá ser visto do Brasil, apenas no Chile e na Argentina. Não perca essa chance!

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