Tsunami meteorológico causa pânico e prejuízo em praia de SC

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Um fenômeno raro e assustador ocorreu na praia do Cardoso, em Laguna, no Litoral Sul de Santa Catarina, na tarde deste sábado (11). Um tsunami meteorológico fez com que a água do mar avançasse sobre a areia, arrastando carros e pessoas que estavam no local.

O pescador Marcio Goulart Nascimento, que testemunhou o ocorrido, conta que o tempo estava bom. Contudo, a maré subiu de repente, por volta das 16h. “Foi muito rápido, não deu tempo de reagir. A água veio com muita força e levou tudo que estava na frente”, diz.

Segundo a Defesa Civil, que confirmou a ocorrência, o tsunami meteorológico é um fenômeno incomum e de difícil previsão. Normalmente se associa a algum sistema meteorológico, como linhas de instabilidade. “As linhas de instabilidade são formadas por células de tempestades aproximadamente contínuas, dispostas de forma alinhada. Quando passam paralelas à costa, podem gerar mudanças bruscas de pressão atmosférica e rajadas de vento intensas que colaboram para o avanço da água do mar em direção à praia”, explica o órgão em nota.

Fenômeno tem origem em terremoto

O tsunami meteorológico se diferencia do tsunami, que é provocado por abalo sísmico (terremoto) e normalmente tem poder destrutivo maior. No entanto, o fenômeno também pode causar danos materiais e humanos, dependendo da intensidade e da situação da área atingida.

Praia cheia A praia do Cardoso, segundo Nascimento, estava cheia de turistas e moradores, que aproveitavam o dia de sol. Ele relata que muitas pessoas entraram em pânico e correram para se proteger, além de ouvir gritos de socorro. Segundo o Corpo de Bombeiros, ninguém ficou ferido, mas houve casos de pessoas que perderam documentos e pertences pessoais.

“Estava cheia de gente, havia dezenas de carros, alguns conseguiram sair rápido. Mas uns 10 carros estragaram bem. Eles boiaram na maré. […] Todos esses carros que foram atingidos foram arrastados”, conta o pescador.

Situação muito triste

A princípio, ele diz que, quando a maré baixou, ele e outros pescadores correram para ajudar os banhistas e os frequentadores, principalmente mulheres e crianças, que estavam assustados e desorientados. “Foi uma situação muito triste, nunca vi nada igual. A gente tentou fazer o que podia, mas foi muito difícil”, afirma.

Conforme lei municipal, não pode haver “entrada, a permanência e a circulação de veículos automotores” nas praias do município. A são as praias do Gi, Canto do Gi e do Sol. A medida visa preservar o meio ambiente e garantir a segurança dos frequentadores. No entanto, muitas pessoas desrespeitam a norma e estacionam seus carros na areia, o que pode aumentar os riscos em casos de fenômenos como o tsunami meteorológico.

A Defesa Civil alerta que, em situações de alteração do nível do mar, é importante que as pessoas se afastem da faixa de areia e procurem um local seguro e elevado. Além disso, a recomendação é que se acompanhe as previsões meteorológicas e os avisos do órgão.

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