Após uma longa espera, 32 brasileiros e seus familiares que estavam presos na Faixa de Gaza conseguiram sair da região em conflito e seguir para o Egito, onde serão embarcados em um avião presidencial rumo ao Brasil. A operação de repatriação contou com o apoio do governo federal e da embaixada do Brasil no Cairo, que negociaram com as autoridades de Egito, Israel e da Autoridade Palestina a liberação da travessia pelo Portal de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito.
A saída dos brasileiros de Gaza foi confirmada pelo Itamaraty em uma postagem na rede social X (antigo Twitter) na madrugada deste domingo, 12 de novembro. Segundo o comunicado, duas pessoas que faziam parte do grupo original de 34 brasileiros desistiram de voltar ao Brasil e optaram por permanecer em Gaza. Os motivos da desistência não foram divulgados.
O embaixador do Brasil no Egito, Paulino Carvalho Neto, informou que o grupo passará a noite no Egito para descansar e se alimentar, antes de seguir viagem para o Brasil. Ele explicou que há duas possibilidades de rota: uma é fazer uma escala em Al Arish, uma cidade egípcia próxima à fronteira com Gaza, e de lá pegar um avião para o Cairo; outra é ir de ônibus direto para o Cairo, onde o avião presidencial está à espera. A viagem de Cairo para o Brasil deve durar entre 12 e 14 horas, segundo o embaixador.
Operação complexa
Carvalho Neto destacou que a operação de repatriação foi complexa e exigiu muita coordenação entre o governo brasileiro e as partes envolvidas no conflito. Ele agradeceu o apoio das autoridades egípcias, israelenses e palestinas, que facilitaram a saída dos brasileiros de Gaza. Ele também elogiou o trabalho da equipe da embaixada do Brasil no Cairo, que recebeu o grupo e cuidou dos trâmites burocráticos e logísticos.
O grupo de brasileiros que estava em Gaza é formado por descendentes de palestinos que vivem no Brasil e que foram visitar seus parentes na região. Eles ficaram presos em Gaza após o início dos ataques entre Israel e o Hamas, que controla o território palestino. A situação humanitária em Gaza se agravou com os bombardeios, que deixaram centenas de mortos e feridos, além de danos à infraestrutura e à rede elétrica.
O governo brasileiro manifestou sua preocupação com a escalada da violência no Oriente Médio e pediu o cessar-fogo imediato entre as partes. O Brasil também reafirmou seu apoio à solução de dois Estados, com Israel e Palestina convivendo em paz e segurança, respeitando as fronteiras de 1967 e as resoluções da ONU.