A agitação eleitoral que engorda o Centrão e fortalece o extremismo

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Foto: Agência Brasil

Enquanto pipocam análises de todo prisma aqui e alhures, uma verdade que salva, mas não liberta, se impõe sobre o resultado eleitoral!

O grande vencedor do pleito foi, exatamente, o SISTEMA!

O tal Centrão, aquele monstro, genuinamente brasileiro, voltou a emergir.

PSD, MDB, Republicanos dominando municípios, espalhando poder além do epicentro de Brasília

Claro, reflexo direto do Orçamento Secreto e sua capacidade de financiar projetos políticos nos mais variados redutos eleitorais.

Aquele dispositivo que colocou nas mãos do Congresso metade do orçamento nacional e faz os deputados brasileiros ampliarem ainda mais controle sobre  municípios e lugarejos diversos.

“Livro pra comida, prato pra educação!”

O tal semi-parlamentarismo de Lira e comparsas.

Cada vez mais somos reféns do fisiologismo, lobby, acordos e negociatas lá da Casa dos Deputados, aquele grupo de centenas de políticos de carreira, profissionais do toma lá, dá cá.

FAMÍLIA PENDURADA NA POLÍTICA

Mas, você, inocente útil aos calhordas, acreditou em algum momento que a SALVAÇÃO nacional estava, por exemplo, em um incendiário com quase 30 anos de parlamento, com toda a família pendurada em mandatos públicos?!?!

Chocou o ovo da serpente…

E pior, continua acreditando!

 Jair Renan é o quarto filho de Bolsonaro a ingressar na profissão político, com recorde de votos em Balneário Camboriú!

Já pode cantar para a filha menor, aquela da “fraquejada”: “Agora só falta você”.

A mesma família Bolsonaro entranhada desde sempre nos partidos mais “sistemáticos” do SISTEMA.

Apenas para recapitular aos desavisados, o tal Messias, eleito a presidente em um passado nebuloso como “anti-sistema”, é filiado ao Partido Liberal, de ninguém menos que Waldemar da Costa Neto!?!

Aqui na província Parahyba, o ministro da Saúde bolsonarista, daquela gestão de 700 mil mortes na “gripezinha”, digo pandemia, teve quase 100 mil votos.

Cem mil votos para Marcelo Queiroga, o primeiro quero do “quero-quero”, este slogan brega, típico do que representa a chapa, a aliança, as idéias.

Mas, calma…

Tem mais, bem mais eco desta onda obtusa nacional.

Marçal teve quase 2 milhões de votos na maior e mais rica cidade do Brasil.

“Por um cabelo de sapo” os paulistanos não elevaram um coach a seu comandante máximo!

Imagina o aventureiro repetindo na gestão municipal experiências como a que quase causou a morte de dezenas de pupilos em expedição a uma montanha paulista?

-Aí você já está apelando! O que tem a ver Marçal com Bolsonarismo?

Ora, ora. Tudo, tudo a ver.

Noves fora este “empurra-empurra” adolescente, de meninos mimados e raivosos, são todos da mesma laia!

Feitos da mesma composição pútrida. Saíram do mesmo bueiro para inundar de esgoto a superfície.

O Marçal nada mais é do que a exponenciação do bolsonarismo. A radicalização do vazio conceitual, das soluções estapafúrdias (o cidadão que briga com tubarões e, aqui, falo sem metáforas).

Um extremista do absurdo, semeador de caos para fingir soluções simples e drásticas.

Mera retórica barata para iludir ingênuos.

Além destas frases de efeito, arroubos de super-herói, é ele, golpista de velhinhos que representa a moral do conservadorismo brasileiro.

Esta síndrome hipócrita nacional.

Mas, quando vai se perceber que coube a esta nova Teoria da Desordem, do Ilógico representar no povo o ideal de revolução, mudança que sempre se faz urgente nesta terra de absurdos!?!

O papel de agitação, transformação que sempre coube a esquerda encampar, agora é o filão, fio condutor da extrema-direita.

A esquerda virou símbolo de conciliação.

Se conformou em apenas controlar o avanço neoliberal, ser um tipo de freio de contenção.

Hoje, são estes radicais, rebeldes sem causa, mitos sem feitos, quem inspiram na população o sentimento de mudança!

E o povo cai…

Muitas vezes com fake news, outras apelando para valores distorcidos, e, lamentavelmente, um grande tanto por identificação mesmo!

Marcos Thomaz    

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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