Pastor preso prometia livrar fiéis da morte em troca de sexo

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assédio sexual

Na madrugada desta quarta-feira (22), um pastor evangélico de 41 anos foi preso em uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal. Acusado de abusar da fé dos fiéis para manter relações sexuais, o pastor, que não teve divulgação do nome, foi alvo da Operação Jeremias 23 — referência bíblica aos falsos profetas. O religioso atuava em uma igreja evangélica de Samambaia e usava sua posição para manipular e explorar sexualmente e financeiramente os membros da congregação.

Com 30 mil seguidores no Instagram, o pastor era como um profeta na comunidade religiosa. Ele se passava por receber supostas “revelações” divinas. Segundo as investigações da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), ele aproveitava sua influência para anunciar visões sombrias envolvendo a morte de parentes dos fiéis. Para evitar esses destinos trágicos, ele convencia os homens de que deveriam se submeter a relações sexuais com ele, sob a justificativa de serem “ungidos” para quebrar maldições.

Unção da sacanagem

O caso mais emblemático envolveu um fiel e o pastor que o avisou sobre a iminente morte de sua esposa e o persuadiu a realizar “sete unções” em suas partes íntimas como forma de proteção divina. Temendo as ameaças, o homem acabou cedendo às exigências do religioso.

Além dos abusos sexuais, as investigações revelaram que o pastor também explorava financeiramente os fiéis. Ele utilizava a mesma tática de ameaças para exigir doações generosas, prometendo livrá-los de tragédias como a morte ou paralisia de entes queridos.

Cúmplice e coação

Uma mulher de 58 anos, também pastora em Sobradinho, era cúmplice do pastor. Ela auxiliava nas ameaças de castigo celestial e participava das relações sexuais, reforçando a manipulação psicológica sobre as vítimas. No entanto, ela não foi alvo de mandado de prisão.

Orgias na chácara

Entre os relatos das vítimas, uma mulher destacou que, além de realizar doações significativas para a igreja, financiou viagens e hospedagens do pastor ao Rio de Janeiro. Ela também cedeu uma chácara para que ele promovesse orgias com outros membros da igreja.

Desdobramentos legais

As buscas e apreensões ocorreram nas cidades de Vicente Pires, Samambaia e Sobradinho. O pastor, juntamente com sua cúmplice, responderá pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão. As penas para esses crimes podem chegar a 17 anos de prisão.

Em resumo, este caso serve como um alerta sobre os perigos da manipulação da fé e o abuso de poder. Ao mesmo tempo, a Operação Jeremias 23 é um passo importante para garantir a justiça e para proteger outras possíveis vítimas de situações semelhantes.

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