Uma recente pesquisa do Instituto Locomotiva revelou uma realidade alarmante: quase 90% da população brasileira já admitiu ter dado credibilidade a conteúdos falsos em algum momento. Os dados, obtidos através de um levantamento com mais de mil pessoas com 18 anos ou mais, entre os dias 15 e 20 de fevereiro, destacam a disseminação e o impacto das fake news na sociedade contemporânea.
O estudo revela que oito em cada dez brasileiros já caíram em informações falsas. Contudo, mesmo diante desse cenário, a confiança na própria capacidade de discernir entre o verdadeiro e o falso permanece alta. São 62% dos entrevistados confiando em sua capacidade de distinguir conteúdos verdadeiros de falsos.
As áreas mais afetadas pela propagação de notícias falsas incluem venda de produtos e propostas em campanhas eleitorais. E ainda: políticas públicas (como vacinação), escândalos políticos, economia, segurança pública e sistema penitenciário. A pesquisa também aponta que, segundo 65% dos entrevistados, as fake news são disseminadas com o auxílio de robôs e inteligência artificial. Além disso, oito em cada dez reconhecem a existência de grupos e pessoas pagas para produzir e espalhar informações falsas.
Um aspecto relevante da pesquisa é a percepção dos entrevistados sobre os riscos da desinformação. Para 26% da população, o maior perigo está na eleição de maus políticos, seguido por 22% que acreditam no risco de danificar a reputação de indivíduos e 16% que temem o impacto na segurança da população. Além disso, 12% destacam a possibilidade de prejudicar os cuidados com a saúde como um dos maiores riscos associados à disseminação de fake news.
Como se sente uma vítima de fake news?
A pesquisa também aborda as emoções desencadeadas ao se tornar vítima de fake news. Sentimentos como ingenuidade, raiva e vergonha são comuns entre os entrevistados. Além disso, um quarto da população já sofreu acusação de espalhar informações falsas por pessoas com diferentes pontos de vista.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, enfatiza a importância de medidas educativas para combater a disseminação de fake news. Ele destaca a necessidade de promoção da educação midiática e verificação rigorosa das fontes de informação como estratégias essenciais para fortalecer a comunicação do país e garantir que a população tenha acesso a informações precisas e confiáveis.
Diante desse panorama, torna-se evidente a urgência de ações que visem não apenas combater a disseminação de fake news, mas também promover uma cultura de informação responsável e crítica entre os cidadãos brasileiros.
