O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, lançou um alerta nesta terça-feira, confirmando que o ano passado entrou para a história como o mais quente já registrado no planeta, e muito provavelmente, o mais quente dos últimos 100 mil anos.
Os cientistas, acompanhando os dados climáticos, antecipavam esse marco, dada a frequência com que recordes climáticos foram quebrados ao longo do ano. Desde junho, todos os meses foram os mais quentes registrados globalmente em comparação com os mesmos meses de anos anteriores.
Os registros indicam que foi o ano mais quente desde 1850, com dados paleoclimáticos, como anéis de árvores e bolhas de ar em geleiras, sugerindo que foi o mais quente dos últimos 100 mil anos.
Em média, o planeta estava 1,48 grau Celsius mais quente em 2023 do que no período pré-industrial de 1850-1900. A princípio, esta última época marca o início da queima de combustíveis fósseis em grande escala. Essa marca ultrapassou a meta estabelecida no Acordo de Paris de 2015, onde os países se comprometeram a limitar o aquecimento global a 1,5°C para evitar consequências mais graves.
O Serviço de Mudanças Climáticas alertou que as temperaturas ultrapassaram esse limite em quase metade dos dias de 2023.
Níveis recorde de emissão de CO2
As emissões de dióxido de carbono (CO2) atingiram níveis recordes em 2023, apesar das metas climáticas estabelecidas por governos e empresas. A concentração de CO2 na atmosfera atingiu o patamar mais alto registrado, alcançando 419 partes por milhão.
Outro marco preocupante foi que todos os dias em 2023 foram mais de 1ºC mais quentes do que na era pré-industrial. Pela primeira vez, dois dias em novembro foram 2ºC mais quentes do que no período pré-industrial, destacando a magnitude do fenômeno.
O ano passado superou 2016, anteriormente o ano mais quente, por uma margem notável de 0,17ºC, segundo Buontempo. Além da influência da mudança climática, o aumento das temperaturas ocorreram pelo fenômeno climático El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico.
Em resumo, esses dados ressaltam a urgência de ações efetivas para combater as mudanças climáticas. Desse modo, tentar reduzir as emissões de gases de efeito estufa, pois o planeta enfrenta uma crise climática sem precedentes.