O adeus dos deuses: como o futebol perdeu 4 lendas em 4 anos

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Poucas forças são tão atuantes no plano terreno que os “Deuses da Bola”!

Esta força sobrenatural que age nos campos e vida além gramados deste mundo que não é redondo, tal qual uma bola, por acaso.

E, diferente dos fariseus e falsos profetas que se reproduzem igual a lactobacilos vivos, no futebol há sim representantes divinos na Terra, em carne e osso.

Creiam, hereges!

E por que os maiores deuses estão sendo “chamados”?

Nem me atrevo muito a desvendar fenômenos sobrenaturais, menos ainda em estabelecer significado ao oculto.

“A bola pune”, gritava o mestre, não divino, Muricy Ramalho.

Talvez esse desconforto com o futibó muderno seja a causa da desilução sagrada??

Sei apenas que não pode ser apenas coincidência, que no intervalo menor que quatro anos, exatamente quatro das maiores divindades do mundo da bola deixaram este plano!

Falando em deuses e mistérios transcedentais, impossível não atentar a esta referência cabalística envolvendo o número 4 (quatro despedidas em quatro anos, lembra?)…

Four era o número do alemão Franz Beckenbauer, o último do Olimpo a nos deixar recentemente.

Tão endeusado que era chamado de Kaiser, título, talvez tão nobre quanto Deus nas terras germânicas.

E dois dias antes havia nos deixado Zagallo.

Assim como Beckenbauer um campeão mundial como jogador e treinador. Aliás, apenas o francês Deschamps permanece entre os vivos com tamanho feito.

Contudo Zagallo foi o primeiro a alcançar a marca, mais que isso, o único tetracampeão mundial de seleções da história.

Uma lenda canarinho!

E teimam os incautos em não entenderem o motivo de ter o Velho Lobo partido, justamente, em um dos momentos mais críticos da história da Seleção Brasileira de Futebol

O senhor Zagalo, símbolo máximo da pentacampeã, não conseguiu engolir tamanho desgosto!

O mesmo desgosto e outras peripécias não recomendadas pela Carta Magna, menos ainda pela cartilha de bons costumes levou outro Diós

Maradona foi o primeiro deste quarteto celestial a nos deixar!

Os devotos disseram que o “escolhido” se sacrificou pela glória da Albiceleste.

Que se respeite a metáfora pagã, porque isso é poesia elevada.

Deu a vida pelo título mundial através de outro pé esquerdo sagrado, o de Lionel Messi,  exatos dois anos depois da morte de Dom.

Maradona, um homem que, literalmente, foi canonizado e mitificado em Igreja própria na Argentina, terra natal, mas idolatrado além Atlântico, com uma Nápoles todinha pra chamar de sua.

A vingança dos hermanos contra os europeus.

Pensam no antológico gol “La mano de Diós” de Dieguito contra a Inglaterra como a vingança pela tomada das Malvinas, mas aquilo foi um primeiro castigo.

Desse modo, a real revanche foi Maradona transformar um território do sul italiano, baixo europeu em uma enorme Vila Fiorito.

Até o Deus Original, o Deus dentre os deuses, se desmaterializou.

Pelé, o onipotente, onisciente do mundo a parte futebolístico!

O ser que parou um país em guerra para desfilar sua magia.

O Atleta do século, do passado e de qualquer vindouro.

A “marca humana” mais famosa do mundo.

Pelé é tão divinal que, não morreu, apenas você acha, ó descrente, homem de pouca fé!

 “Ele permanece entre nós”.

Virou até significado no dicionário, está no léxico!

Pelé é o próprio futebol!

Em suma, está a comandar o jogo em outros planos, cercado de outros deuses e semideuses do fantástico mundo boleiro.

Marcos Thomaz

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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