Motorista que furou blitz da Lei Seca vai responder por tentativa de homicídio

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Um caso de violência e imprudência no trânsito chocou a capital federal na madrugada do último dia 29 de outubro. O motorista Raimundo Cleófas Alves Aristides Júnior, de 41 anos, foi preso após furar duas blitzes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e tentar atropelar um policial. Contudo, na fuga, os policiais atiraram e atingiram o passageiro do carro, Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, que morreu no local.

O Tribunal do Júri de Brasília aceitou, nesta quarta-feira (8), a denúncia contra Raimundo Cleófas, que vai responder pelos crimes de embriaguez ao volante e tentativa de homicídio contra autoridades. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu a denúncia e o juiz Guilherme Marra Toledo aceitou.

A fuga e os disparos

Segundo a PMDF, o caso ocorreu por volta das 2h da manhã, quando uma equipe realizava uma “Operação Álcool Zero” no Eixo Monumental, perto de bares. O motorista da BMW, que estava com Islan no banco do passageiro, saiu da fila de abordagem e acelerou, atingindo um policial militar no joelho.

Ao mesmo tempo, os militares reagiram e dispararam contra os pneus do veículo, na tentativa de imobilizá-lo, mas o motorista conseguiu ultrapassar a barreira e chegar ao próximo ponto de contenção, onde novos disparos foram realizados pelos policiais ali posicionados. Um dos tiros acertou a cabeça de Islan, que não resistiu aos ferimentos.

O carro só parou cerca de 500 metros depois, quando o motorista perdeu o controle da direção e bateu em um poste. Os policiais prenderam ele em flagrante.

A embriaguez e a versão do motorista

De acordo com a PMDF, o motorista apresentava evidentes sinais de embriaguez e se recusou a fazer o teste de alcoolemia. O teste de embriaguez deu positivo após exame no Instituto Médico Legal (IML). Nesse sentido, os PMs emitiram um auto de constatação, que tem valor legal para comprovar a infração.

A princípio, a defesa de Raimundo Cleófas disse que busca um habeas corpus para o cliente e que ele “a PMDF o recebeu com exaltação, momento em que ao tirar o pé do acelerador, o veículo se movimentou, bem como efeturam diversos disparos e nesse momento por desespero acelerou”.

À Polícia Civil, Raimundo Cleófas negou ter bebido, desobedecido às ordens dos militares e furado as blitzes. Além disso, ele disse que o pedal do acelerador do carro travou e, por isso, o veículo começou a andar. Ele não teria conseguido frear o carro, segundo o relato.

A investigação e a apuração

De acordo com Raimundo, ele foi encontrar Islan em um bar para entregar um dinheiro que ele havia pedido emprestado e que estava indo levar a vítima para casa quando chegou na blitz. E que após ouvir o primeiro disparo se desesperou e arranco com o carro. Também afirmou que não lembra se o carro quebrou ou se parou por vontade própria. Ele disse que lembra apenas que acordou já fora do carro, apanhando de policiais militares. Ele diz ter levado tapas na cara, socos na costela e uma pisada na cabeça.

O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), que vai ouvir testemunhas, peritos e policiais envolvidos na ocorrência.

Foto: Reprodução/TV Globo

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