Pesquisa mostra que 70% das famílias estão endividadas

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A crise econômica que o Brasil enfrenta há alguns anos tem afetado a vida de milhões de brasileiros, que se veem cada vez mais endividados e sem perspectivas de melhora. Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 7 em cada 10 famílias brasileiras ficaram endividadas em setembro de 2023, mantendo o mesmo patamar de agosto.

A pesquisa também revela que 18,3% dos consumidores afirmam não conseguir pagar as dívidas dos meses anteriores, o que representa o maior índice da série histórica iniciada em janeiro de 2010. O principal motivo do endividamento é o uso do cartão de crédito, que foi apontado por 86,2% das famílias endividadas. Com os juros do rotativo do cartão chegando a 445,7% ao ano em setembro, muitos brasileiros entram em um ciclo vicioso de dívidas que compromete sua renda e seu bem-estar.

Mas como sair dessa situação e recuperar a saúde financeira?

O primeiro passo é reconhecer o problema e buscar ajuda profissional. Existem diversas instituições e programas que oferecem orientação financeira gratuita ou a baixo custo para os consumidores endividados. Um exemplo é o programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo federal em junho de 2023, que visa facilitar a negociação de dívidas entre os consumidores e os credores, oferecendo descontos de até 90% e parcelamentos em até 120 meses.

O segundo passo é fazer um diagnóstico da sua situação financeira atual, listando todas as suas receitas e despesas, bem como as suas dívidas e os seus credores. É importante ter uma visão clara de quanto você ganha, quanto você gasta e quanto você deve. Assim, você poderá identificar os seus gastos essenciais, os seus gastos supérfluos e os seus gastos com juros.

O terceiro passo é elaborar um plano de ação para reduzir os seus gastos, aumentar a sua renda e quitar as suas dívidas. Uma dica é seguir a regra 50-30-20, que consiste em destinar 50% da sua renda para os gastos fixos e essenciais (como moradia, alimentação, transporte, saúde e educação), 30% para os gastos variáveis e que podem ser cortados caso necessário (como lazer, vestuário, beleza e internet) e 20% para investimentos ou criação de um fundo de reserva.

Priorize as dívidas mais caras

Outra dica é priorizar o pagamento das dívidas mais caras, ou seja, aquelas que têm os maiores juros. Nesse caso, o cartão de crédito deve ser o primeiro alvo, pois é a modalidade que mais cobra juros no mercado. Além disso, é recomendável evitar o uso do cartão de crédito para compras do dia a dia, pois isso pode levar a um endividamento ainda maior. O ideal é usar o cartão apenas para compras planejadas e parceladas sem juros.

Negocie e mantenha o controle

O quarto passo é negociar as suas dívidas com os seus credores, buscando condições mais favoráveis de pagamento. Você pode aproveitar as oportunidades oferecidas pelo programa Desenrola Brasil ou entrar em contato diretamente com as empresas ou instituições financeiras com as quais você tem dívidas. O importante é mostrar boa vontade e disposição para quitar os seus débitos.

O quinto passo é manter o controle e a disciplina financeira após sair das dívidas. Isso significa continuar seguindo um orçamento mensal, poupar uma parte da sua renda para emergências ou objetivos futuros e investir o seu dinheiro de forma inteligente e segura. Assim, você poderá ter uma vida financeira mais equilibrada e tranquila.

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