A cantora e compositora paraibana Cátia de França foi consagrada como Artista do Ano no 8º Prêmio Profissionais da Música, realizado em Brasília. O reconhecimento nacional veio em conjunto com o pianista pernambucano Amaro Freitas, consolidando duas potências da música nordestina no cenário cultural brasileiro contemporâneo.
O prêmio é resultado de uma intensa jornada artística impulsionada pelo disco “No Rastro da Catarina” (Tuim Discos, 2024). A obra rendeu à artista uma agenda robusta de shows, entrevistas e indicações — entre elas, a nomeação ao Grammy Latino, além de centenas de pedidos de participações em eventos culturais por todo o país.
“Fizemos na raça. Criar um disco que revelasse toda a genialidade de quase 60 anos de carreira não foi fácil. Mas sabíamos da força e da verdade da Cátia”, declarou Dina Faria (Atua Comunicação Criativa), produtora da artista. “Este prêmio é um reconhecimento justo, que coroa uma trajetória marcada pela resistência, talento e reinvenção”, frisou.
Aos 78 anos, Cátia se firma, mais uma vez, como uma das vozes mais autênticas e singulares da música brasileira. A artista paraibana rompeu barreiras e convenções ao longo das últimas cinco décadas, construindo um repertório que une lirismo, crítica social e ancestralidade, com raízes profundas na cultura nordestina.
O Prêmio Profissionais da Música, que valoriza a diversidade e a excelência da produção musical nacional, celebrou não apenas a obra recente de Cátia, mas uma história inteira de dedicação à arte, que sobreviveu mesmo em meio à escassez e invisibilidade.
“Cátia merece esse reconhecimento como ninguém. Por tudo que ela representa. especialmente neste momento em que a arte precisa mais do que nunca ser respeitada e reverenciada”, completou Dina.
Uma volta ao início de tudo
O reconhecimento nacional também consolida toda a potência do último disco de Cátia de França. Lançado em 2024, ‘No Rastro de Catarina’, foi indicado ao Grammy Latino e expõe a poética e sonoridade múltipla de Cátia de França em mais de meio século de carreira.
Produzido pelo selo paraibano Tuim Discos e com músicos de João Pessoa, terra de Cátia de França, o disco percorre os 50 anos de história musical da cantora, com poesia, reflexões literárias, temáticas políticas e identidade negra.
São 12 faixas ricas em sonoridade, lirismo e uma pegada de rock, onde a própria Cátia definiu ‘No Rastro de Catarina’ com uma “volta ao início de tudo” e que mostrou o quanto a essência de uma cantora que nunca se curvou ultrapassa gerações, se mantém viva e pulsante.