Entressafra eleitoral em vigência!
Ano espremido entre eleições é aquele período fértil para se analisar os resultados da última “tragédia” das urnas, na prática!
Nunca é tarde, tampouco suficiente para alertar a “geral” sobre aquele importante exercício da democracia!
Vocês lembram em quem votaram nas últimas eleições para o Legislativo?
Traduzindo em miúdos: ô cidadão, você sabe a quem deu uma cadeira na Câmara dos Vereadores da sua cidade? E na Assembleia Legislativa? Quem foi o deputado agraciado com sua dedada?? Na urna, na urna…
Se lembra, “ô grória! Se não, senta aí pra gente conversar sobre a relevância disso.
Aqui em João Pessoa o vereador mais votado foi Guga Pet!
Mais de 10 mil pessoenses deram um “voto de confiança” ao atual secretário de Cuidado e Proteção Animal da capital paraibana.
Como a alcunha incorporada ao nome indica, foi a “causa animal” a principal plataforma de campanha do parlamentar.
Foi o mesmo o autor da proposta CarnavAU Pet, uma quase infame ideia de transformar em lei a realização de um evento carnavalesco com os bichinhos de estimação.
O folclore ganhou a dimensão exótica, para não dizer patética que merecia.
Foi motivo de chacota no plenário e além divisas paraibanas…
Nada contra todo tipo de celebração aos animais, menos ainda a causa, mas o que deve ser gestado pelo poder público são ações globais, objetivas, relacionados ao bem estar, como saúde, adoção, proteção e afins…
Debater criação de festividade carnavalesca é típico desta patifaria, picadeiro em que transformaram os parlamentos brasileiros!?!
A representação por nichos sociais é muito relevante, democraticamente, e demonstrativo da pluralidade do modo de vida e maneiras de enxergar o mundo, mas não pode ser uma postura alienante.
Mas, não vou aqui fazer do parlamentar AUAU “Boi de piranha” da questão não.
Longe disso, é apenas um resíduo desta tempestade tóxica que assola os parlamentos brasileiros!
Bancada da Bala, do Boi e Bíblia, o BBB da nossa política e por aí vai…
É um verdadeiro “Circo de Horrores” as propostas que circulam nas Casas Legislativas país afora, sob falso pretexto de defenderem valores e grupos, sociais, econômicos, morais.
Entulhando a fundamental função legislativa com um calhamaço inútil, espetaculoso, para “jogar para a galera”, desperdiçando tempo, que já é pouco em dedicação laboral, na prática.
Afinal, me digam estes parlamentares que trabalham três, muitas vezes, dois dias por semana, mas consideram um absurdo, um atraso produtivo ao país, uma aberração que inviabilizaria o Brasil, uma escala 5×2, por exemplo?
O Congresso Nacional, praticamente paralisado por conta de pressão explícita, implícita, de bastidor, política, por todos os lados em cima da presidência da Câmara Federal, a cargo do paraibano Hugo Mota, para votar uma ultrajante ANISTIA geral aos envolvidos no 08 de janeiro.
Defensores da punição seletiva
O país imerso em suas necessidades fundamentais, seculares e todas as energias de um bloco representativo, curiosamente, aquele de “Deus, Pátria e Família”, dos bons costumes etc e coisa e tal, a despender energia deles e derredor em livrar infratores da força da Lei, afinal, “lugar de criminoso é na cadeia”, mas só se for os outros!
Outra pauta crescente em apelo entre deputados é a mudança, praticamente extermínio da Lei da Ficha Limpa!
A proposta adquiriu ares de urgência para beneficiar, exatamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquadrado no modelo atual e inelegível.
Mas, os interesses extremos de lado a lado se cruzam quando a pauta é a impunidade política nacional e a defesa de interesses dos próprios, seja de que lado for…
A mudança da Lei da Ficha Limpa é um exemplo sintomático de agenda suprapartidária para tenebrosas transações brasileiras.
Individualmente, ou em bloco, guardado momentos específicos, ou ao mesmo tempo, do PL ao PT todas as legendas deram apoio, ou abrigo as ideias de alteração na Lei…
É “rabo preso” em todo canto, cada um em sua proporção!
Dois mil e vinte e seis é logo ali…
Ano de eleições estaduais e federais. Mais uma oportunidade de repensarmos nossos representantes nos parlamentos brasileiros, onde cada vez mais, se decide os destinos da nação.
E temos errado, drasticamente!
Marcos Thomaz
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