Há máximas que nunca falham:
“Valentão é igual a cachorro bravo, só corre atrás de você quando você foge!”
Rebobina a fita aí editor (menores de trinta anos, procurem a referência, faz favor).
Outubro de 2022, era um domingo de eleição, luz do dia, zona urbana, e a deputada Carla Zambelli perseguia com arma em punho e acuava um cidadão dentro de um estabelecimento comercial.
A cena, digna de um filme policial pastelão era protagonizada por uma parlamentar brasileira.
Agora adianta a imagem aí, editor…
Junho de 2025, pipoca na imprensa a notícia de que Carla Zambeli “deixou o Brasil”.
Ora, ora ‘DEIXOU’ é o eufemismo convencional da imprensa.
Fugiu, escafedeu-se, picou mula, deu no pé.
Qual a relação entre os dois episódios?
Toda e qualquer.
No primeiro, em tempo de governo Bolsonaro, a valentona coagindo, intimidando covardemente, uma pessoa desarmada.
No segundo, é tempo de condenação, a mansa dama, ar e aspecto de enferma, frágil mulher.
A nova versão de Zambelli tem explicação bem óbvia: condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal correu para a Europa para fugir da cadeia.
A deputada, simplesmente fraudou, forjou arquivos oficiais do sistema do Conselho Nacional de Justiça.
A dignísima está na Itália alegando tratamento médico, mas mesmo cambaleante, já anunciou que vai percorrer a Europa buscando apoio de autoridades para denunciar o que chama de “distorções na realidade brasileira”.
Assim como fez outro valentão de ocasião, Eduardo Bolsonaro, um zero qualquer coisa do clã, que FUGIU pros EUA para denunciar umas tais arbitrariedades no Brasil.
Ao mesmo tempo, dois parlamentares, imbuídos de mandado, fugindo da cadeia, ou iminência disso e indo ao exterior praticar crime de lesa pátria!
Típico deste povo truculento que, quando revestidos do poder, oprimem, perseguem, querem “bandido bom, morto”…
Contudo, quando precisam responder a justiça, arcar com compromissos como cidadãos escapolem, zarpam, sorrateiramente!
Pior, para livrar os próprios corpos, traem a nação!
Quando estão “acima de tudo e de todos” empunham armas em ostentação, como em um fetiche fálico!
Bradam palavras e gritos de ordem em nome de “Deus, patria e família!”
Quando se veem ameaçados choram, copiosamente e clamam por anistia.
Os tais patriotas são os verdadeiros traidores da pátria!