O Dire Straits é a banda mais injustiçada de todos os tempos e eu posso provar…
Sem o DR não existiria Chimbinha, ou seria o inverso!?!
Há controvérias….
“Isso é Calypso!!” chora a guitarra!
É, porque vocês podem não saber, Mas Mark Knopfler andou pelo Pará lá pelos idos dos anos 70, teria sido aluno do Mestre Vieira!
Há boates.
Conheceu a “guitarrada paraense”, em suas andanças hippies pelo Norte brasileiro, quando vivia a tocar em “inferninhos” do Ver-o –Peso por um prato de açaí com farinha, ou, na bonança, peixe no tucupi…
“Eu vou tomar um tacacá, curtir, dançar, ficar de boa…”
-Calma, Xoelma, MENAS…
Portanto esqueçam plágios comprovados de Rod Stewart com Jorge Ben e suspeitas sérias de apropriação do Black Sabatth de música da Vanusa, ou da estética do Secos e Molhados pelo Kiss…
Reza a lenda que a maior influência brasileira para o rock mundial é a guitarrada paraense no Dire Straits.
Inclusive na romântica Romeo and Juliete, a representação feminina seria um boto cor de rosa que fisgou o coração de Knopfler, que quase se envenenou por paixão não correspondida em águas amazônicas…
Mas, voltando ao clássico Sultans of Swing…
Analisem estes versos: “Ao sul do rio você para de repente… uma banda está tocando dixie num ritmo acelerado!”
Ora, obviamente, o rio a que o inglês se refere é a Baía do Guajará, às margens do Ver-o-Peso, onde ele caminhava diuturnamente entre boemia e baixo meretrício.
O dixie nada tem a ver com o jazz fusion estadunidense.
Era Mestre Vieira tocando seu carimbo frenético.
“Saindo da chuva”- aonde chove dia sim, dia também? Qual cidade é mundialmente famosa pelo horário certeiro de cair água do céu?
Depois, George, Harry são apenas codinomes aos mestres.
Mestres não. Sultões. Sultões do Suíngue…
Percebam aquele timbre, guitarras limpas, sem distorções…
Juntem os pontos e BINGO!
Incautos podem alegar lembrar apenas de Janis Joplin pirando por Arembepe e Jimmy Page oculto pela Chapada Diamantina…
Inocentes podem levantar alguma associação entre a história revelada acima e uma lenda contada por Bráulio Tavares sobre um encontro místico e mágico entre Jackson do Pandeiro e Bob Dylan, que teria resultado no clássico Mr. Tambourine Man.
Mas, o Dire Straits tem um pé no Pará e eu posso provar…
E EU COM ISSO?
O mais próximo que eu me ligo ao Pará é através do vatapá.
O de lá e o da minha Bahia.
Ademais
Até eu, indiretamente, devo minha existência ao “tarandan-taranraran-taranlantantanran….”
Meu pai cantarola assim quando me conta pela enésima vez qual era o som que embalava suas idas de Itabuna a Buerarema para ver minha mãe no possante Corcel II!
Apenas por estas peculiaridades e memória afetiva minha, Sultans of Swing já podia ser o maior hit do universo em todos os tempos!
Mas, vale algumas colocações do espectro musical.
Você, inimigo do sucesso, diferentão, outsider pode até tentar ignorar, mas eis que estamos a falar daquele balanço que “quando toca ninguém fica parado”!
Você pode tocar Sultans… em um baile de formatura, festa de 15 anos, depois do “Xuxa só para baixinhos”, em chá das 5 das tias-avós, que todo mundo vai dançar e cantarolar embolado.
É uma música de linguagem universal e além tempo-espaço.
Todo mundo assobia e emula os solos de Mark Knopfler.
E que solo, estamos falando de uma música toda fraseada. Uma monstruosidade pop única.
Acessível, dançante, bem executada, “vira um chiclete na mente”.
No barzinho, em exibição de rua, na festa da calourada, no bar…
O Dire Straits é a banda mais injustiçada de todos os tempos. E ela tem suingue brasileiro, eu posso provar!
Marcos Thomaz
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