De Santa Rita para a Sapucaí…
Até quiseram relegá-la aos guetos, bueiros mesmo, como fizeram e fazem com tantos pares, parceiras e outras tantas anônimas a ela.
Bixarte, como diz a máxima do rap, estilo que a conduz, é “mais uma sobrevivente, contrariando as estatísticas”.
E é a sua arte-manifesto que a levará a posição de um dos destaques do Carnaval da Paraíso da Tuiuti, Escola da divisão de elite do carnaval do Rio de Janeiro.
Ocupará o quarto carro alegórico com a imponência de quem carrega a grande homenageada no nome!
Bianca Manicongo é o nome social adotado por Bixarte.
Uma adoção por ancestralidade visceral de Xica Manicongo, primeira travesti não indígena do Brasil, tema do samba-enredo da Paraíso da Tuiuti!
Uma oportunidade única de fazer o que mais gosta com sua arte, unir festa, energia com provocação.
Aquela Bixarte, ferina, do “Traviarcado”, a desafiar o status quo e as convenções morais.
Homenageando a pioneira Xica, Bixarte remonta a ancestralidade.
Tive a oportunidade de conversar com ela para a Rádio Tabajara (escute abaixo na íntegra) quando ela destacou outras referências importantes na sua formação e identidade como mulher e artista travesti.
À Fernanda Benvenuty, outra militante e carnavalesca, Bixarte atribui a própria existência e resistência.
Ainda sobre laços, raiz, origem, Bixarte exalta a sua relação com a Paraíba e a cultura produzida no estado.
No bate papo ela também falou sobre as incursões como atriz.
E, claro, revelou lançamento de novo cd para este primeiro semestre de 2025.
“Colapso” é o nome do novo trabalho, uma continuidade ao conceito de Traviarcado, com uma proposta musical ainda mais ampla, arrojada e abrangendo vários estilos.
É Bixarte colocando o seu bloco na avenida!
Marcos Thomaz
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