Até onde vai a sangria das arquibancadas do futebol brasileiro?

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Torcedores detidos antes de confronto CearáxFortaleza Foto: Agência Brasil

Mais um final de semana violento no futebol brasileiro!
A manchete já gasta, desbotada, estampa os resumos das rodadas há décadas e nada muda!

Nesta guerra travada contra a barbárie vários dispositivos à disposição mas, como soi regra no “jeitinho brasileiro”, apenas os paliativos foram aplicados!

-Vamos proibir bebida alcoólica nos estádios!

Método suspenso quando a toda poderosa FIFA precisou vender Budweiser na Copa do Mundo de 2014!

Depois ficou feio para o sistema brasileiro manter proibição sem explicitar o contraditório que é, de nascença!

Liberou geral e segue o jogo…

Mas, a principal, mais radical medida tomada contra a violência nos campos do Brasil é a aberração Torcida Única!

Em prática há quase 10 anos, a proibição de “torcidas mistas” começou em São Paulo e se espalhou pelo resto do país!

Na Bahia, o BAVI já não é BAVI desde 2017!

Em Minas Gerais, após idas e vindas, desde o ano passado também só pode torcida do mandante!

E é de lá, das Gerais que vem a ilustração perfeita do quão inócua é esta coisa de proibir duas torcidas para garantir tranqüilidade…

Neste domingo, dia de primeiro clássico mineiro de 2025, há seis horas e 30 quilômetros do Mineirão, local do jogo, cruzeirenses e atleticanos se digladiaram nas ruas.

Tudo em plena luz do dia, sem qualquer relação com o ambiente de jogo!

Mesmo fenômeno registrado um dia antes, no sábado, há mais de dois mil quilômetros de distância de Belo Horizonte.

No Clássico-Rei cearense, torcedores do Ceará e Fortaleza transformaram a capital em um palco de guerra com pelo menos cinco pontos de confronto, também há horas do jogo  e quilômetros do estádio.

Centenas de identificados, levados a delegacia e… liberados!

No Ceará existe torcida dividida nos estádios, junto ao Rio de Janeiro e Porto Alegre, as únicas capitais dos grandes centros a manter a rivalidade viva nos campos.

Pernambuco, outra a manter torcidas adversárias, deve migrar para o formato de única, exatamente pelo episódio de selvageria registrado no dia do último clássico SportxSanta.

Brutalidade também ocorrida a quilômetros do local do jogo.

QUEM VAI ESTANCAR A SANGRIA??

Tenta-se de tudo e ignora-se o principal: PUNIÇÃO!

Quantas condenações efetivas, restrições aplicadas, sanções aos vândalos, criminosos travestidos de torcedores?

Um torcedor do Sport envolvido no covarde ataque ao ônibus da delegação do Fortaleza ano passado estava na confusão do último clássico há 15 dias!?!

Como estancar violência sem punição efetiva?

Continuar a insistir em medidas radicais, pirotécnicas, apenas para “jogar para a galera” só serve como mutilação cultural e assunção da incompetência do Estado.

Restringir o direito de ir ao campo de futebol e desfrutar do espetáculo, com rivalidade sadia, só amputa uma das mais claras identidades nacionais.

Acaba a festa e a pancadaria continua…

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