A desinformação, especialmente nas redes sociais, continua a crescer em proporções alarmantes no Brasil. De acordo com um estudo recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o país onde a população mais acredita em notícias falsas entre 40.756 entrevistados de 21 nações.
Ao mesmo tempo, a pesquisa revelou um dado preocupante: 57% dos brasileiros não sabem identificar conteúdo satírico ou sensacionalista como informação falsa. Desse modo, coloca o país na última posição do ranking de habilidade para identificar fake news.
Este cenário reflete a profunda vulnerabilidade da população brasileira à desinformação. E este problema é agravado pela proliferação de notícias falsas nas redes sociais. Além disso, a pesquisa da OCDE apontou que, na América Latina, o Brasil é uma das nações com mais dificuldade em distinguir informações verdadeiras de falsas, principalmente em relação ao consumo de notícias pelas redes sociais.
O Consumo de Notícias nas Redes Sociais
A pesquisa da OCDE também trouxe à tona uma realidade significativa: mais de 85% da população da América Latina, incluindo o Brasil, recorre frequentemente às redes sociais como fonte de notícias. Este número é muito superior ao registrado em países como Alemanha, Japão e Reino Unido, onde menos de 60% da população utiliza as redes sociais para se informar.
Esse elevado consumo de informações pelas plataformas sociais tem contribuído para a disseminação de notícias falsas, muitas vezes amplificadas por políticos e figuras públicas. Um exemplo recente foi a fake news sobre a “taxação do Pix”. Ela tomou conta das redes sociais e causou pânico entre a população. Contudo, a informação falsa foi desmentida desde o início pelo governo federal.
A Dificuldade em Identificar Fake News
A pesquisa revelou também a dificuldade dos brasileiros em identificar conteúdos satíricos e sensacionalistas como falsos. No Brasil, apenas 57% da população conseguiu reconhecer um conteúdo satírico como sendo uma informação falsa, enquanto na Finlândia esse índice foi de 82%. Isso demonstra uma falha no letramento midiático no Brasil, onde muitos cidadãos não possuem as habilidades necessárias para distinguir informações verdadeiras das falsas.
Impactos da Desinformação na Política e Economia
A desinformação no Brasil não se limita ao simples entretenimento ou piadas de internet. Um exemplo disso foi a viralização de fake news sobre a “taxação das blusinhas” e a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que visavam criar um discurso de medo e rejeição, especialmente com vistas às eleições de 2026 e 2030.
Além disso, as notícias falsas também tiveram impacto na economia, como a especulação em torno da cotação do dólar no final de 2024. Fake news sobre o valor da moeda, divulgadas por figuras políticas, afetaram a instabilidade do mercado financeiro e a confiança dos investidores.
Tabela: Desinformação e Consumo de Notícias
País | % da População que Acredita em Fake News | % que Utiliza Redes Sociais para Notícias | % que Identifica Conteúdo Satírico como Falso |
---|---|---|---|
Brasil | 57% | 85% | 57% |
Finlândia | 16% | 58% | 82% |
Alemanha | 28% | 59% | 75% |
Reino Unido | 25% | 57% | 80% |
Conclusão
A falta de alfabetização midiática e a desregulamentação das redes sociais no Brasil são fatores que contribuem para o grande impacto das fake news no país. A princípio, a pesquisa da OCDE revela que o Brasil precisa urgentemente investir em educação midiática para combater esse problema. Com a polarização política e o crescimento da desinformação, é fundamental que os brasileiros se tornem mais críticos. E, ao consumir conteúdo nas redes sociais, evitem os danos causados pelas fake news.
Em suma, consultar fontes confiáveis é essencial para dirimir qualquer dúvida.