O varejo brasileiro enfrentou perdas significativas em 2024, com um impacto estimado em R$ 103 bilhões devido ao redirecionamento dos recursos familiares para as bets, plataformas de apostas esportivas e cassinos online. Esse dado alarmante foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em um estudo intitulado “O Panorama das Bets”, com base em informações do Banco Central.
Crescimento das Bets e Seus Efeitos
Desde a autorização pela Lei Federal 13.756, em 2018, as bets cresceram exponencialmente no Brasil, atraindo milhões de brasileiros com a promessa de ganhos rápidos. No entanto, a CNC alerta que o endividamento e o vício associados a essas apostas têm gerado efeitos socioeconômicos adversos.
Tabela: Impactos das Bets no Varejo e na Sociedade
| Aspecto | Detalhe |
|---|---|
| Perdas do Varejo (2024) | R$ 103 bilhões |
| Total Destinado às Bets (2024) | R$ 240 bilhões |
| Brasileiros Endividados | 1,8 milhões |
| Grupos com Aumento de Inadimplência | Renda entre 3 e 5 salários mínimos (26% para 29%) |
| Grupos com Redução de Inadimplência | Renda entre 5 e 10 salários mínimos (22%) |
A Falta de Regulação e Suas Consequências
A pesquisa da CNC destaca um “limbo regulatório”, onde as bets, inicialmente focadas em apostas esportivas, rapidamente incorporaram modalidades de cassino online. Isso levou a uma falta de controle e fiscalização. Desse modo, facilitando práticas como a lavagem de dinheiro e desviando recursos que poderiam ir para setores produtivos, como o comércio varejista.
Medidas e Propostas para Mitigação
O governo federal vem implementando medidas para regulamentar o setor, como a Portaria nº 1.231/2024, que introduziu restrições à publicidade e proibiu o oferecimento de crédito para apostas. No entanto, a CNC sugere medidas adicionais, incluindo:
- Limitação de apostas e fiscalização rigorosa.
- Programas de prevenção e tratamento de vícios.
- Campanhas de conscientização pública.
A entidade também defende a regulamentação de cassinos físicos. A princípio, o argumentando é que, ao contrário das plataformas online, esses estabelecimentos podem gerar empregos e renda, contribuindo positivamente para a economia local.
