Primeiro caso de variante da Mpox é registrado

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Foto: Gov.br

O Departamento de Saúde Pública da Califórnia, nos Estados Unidos, confirmou o primeiro caso da nova variante de mpox no país. Em nota, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC, na sigla em inglês) informou que o caso está relacionado ao surto da variante na África central e oriental.

A infecção foi confirmada em um viajante que esteve recentemente na África Oriental. O paciente foi atendido em uma clínica logo após retornar aos Estados Unidos e foi liberado. Desde então, ele segue em isolamento, em casa, sem necessidade de nenhum tipo de tratamento específico para mpox, com quadro geral em evolução.

“Com base no histórico de viagens e nos sintomas, as amostras do paciente foram testadas e confirmadas quanto à presença da nova variante da mpox. As amostras estão sendo enviadas ao CDC para caracterização viral adicional. Além disso, o CDC está trabalhando com o estado da Califórnia para identificar e acompanhar potenciais contatos.”

Mesmo após o primeiro caso confirmado, o comunicado avalia que permanece baixo o risco imposto pela nova variante para o público em geral nos Estados Unidos e destaca que o país continua a registrar casos esporádicos de outra variante, mais comum, da mpox.

Emergência global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou para a próxima sexta-feira (22) uma reunião do comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo. Em agosto, o mesmo comitê declarou a doença como emergência em saúde pública de importância internacional.

Dados da entidade revelam que, de 1º de janeiro de 2022 a 30 de setembro deste ano, 109.699 casos de mpox foram confirmados em todo o mundo, além de 236 mortes. Pelo menos 123 países reportaram casos da doença.

O continente africano responde pela maior parte das infecções – 11.148 casos confirmados entre 1º de janeiro a 3 de novembro de 2024, além de 46.794 casos suspeitos. A África contabiliza também 53 mortes confirmadas por mpox e 1.081 óbitos suspeitos.

A República Democrática do Congo segue liderando o ranking, com 8.662 casos confirmados, 39.501 casos suspeitos, 43 mortes confirmadas e 1.073 óbitos suspeitos pela doença. Em seguida aparecem Burundi, com 1.726 casos confirmados, e Uganda, com 359 casos confirmados.

E no Brasil?

Apenas neste ano foram 1.578 casos confirmados de mpox. O painel de monitoramento do Ministério da Saúde contabiliza ainda 60 casos prováveis e 434 casos suspeitos da doença no país.

A maioria das infecções se concentra na faixa etária dos 30 aos 39 anos (751 casos), seguida pelos grupos de 18 a 29 anos (496 casos) e de 40 a 49 anos (275 casos). Os homens respondem por 81% dos casos confirmados, sendo que 70% declararam ter relações sexuais com homens.

Outro recorte divulgado pelo painel de monitoramento do ministério é o de raça e cor. Os dados mostram que 46% dos casos de mpox no Brasil se concentram entre brancos; 29%, entre pardos; e 11%, entre pretos.

O Sudeste lidera o ranking de regiões com mais infecções, com 1.269 casos. Em seguida estão Nordeste (137), Centro-Oeste (97), Norte (712) e Sul (61). Entre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem na frente, com 866 e 320 casos, respectivamente.

Transmissão

 A transmissão da mpox ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada; e também com o compartilhamento de objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.

Está com algum sinal de mpox? Procure uma unidade de saúde para confirmação da doença por meio de exame laboratorial e para o tratamento adequado.

IMPORTANTE! Para casos suspeitos, evite o contato próximo com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas. A recomendação é fazer isolamento imediato e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama, por exemplo.

Mudança de nome

A doença mpox ficou popularmente conhecida como varíola do macaco. Em maio de 2022, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) publicou um informativo sobre o surto da doença em humanos ocorrido naquele ano, com o seguinte trecho: “O atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas”.

Segundo a SBPr, apesar do vírus receber a nomenclatura de varíola dos macacos, a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas

No mesmo ano, a OMS designou o uso do termo Mpox, no lugar de varíola dos macacos (monkeypox). A necessidade de mudança do nome ficou ainda mais evidente quando, em algumas regiões do Brasil, a população, preocupada com o contágio, associou a doença ao animal, entendendo que o primata era o transmissor do vírus. Foram registrados ataques aos animais, como agressões, afugentamento e até mortes.

A OMS, conforme o processo de atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID), realizou consultas para reunir opiniões de diversos especialistas, além de países e do público em geral, que foram convidados a enviar sugestões de novos nomes. Com base nessas consultas e em outras discussões técnicas, ficou definido o uso da nomenclatura mpox.

Da Redação com Agencia Brasil

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