Aranha, um radar cultural na terra Parahyba

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Foto: Sebastian Fernandes

Há “iluminados”, que tem o poder de atrair e irradiar na mesma proporção!

Como uma espécie de satélite  absorvem informações múltiplas, variadas, processam, decodificam e as transmitem amplificadas.

São em si, uma expansão do conhecimento.

São raros, mas fundamentais ao desenvolvimento de setores.

Carlos Aranha, ou, simplesmente, Aranha, era um elemento destes imprescindíveis a cultura paraibana, brasileira!

Absorção e compartilhamento!

Receptividade ao novo e pose de guardião do clássico!

Essa coisa de Tropicalista!

Foi um entusiasta da aventura “Aumenta que é Rock!”, programa que, junto aos colegas Eliseu Lins, Fábio Maturano, Tiago Rocha e Isabela Vilante, ousei conduzir no começo do milênio na Correio FM!

Imagina, uma rádio popular exibindo um programa sobre rock em todas as suas variações?

Aranha era ouvinte assíduo. Mais que isso, consiglière.

À seu modo, sempre opinando com propriedade e autoridade de um “Poeta Puto”, multi-função que era.

Mas, com humildade inatural também se colocava como um curioso, ávido por desbravar via programa, através daqueles jovens penetras na festa do mainstream radiofônico paraibano.

Lembro ainda hoje o frenesi do senhor Aranha ao conhecer o som dos cuiabanos do Vanguart no Aumenta!

Depois a expectativa por vê-los em show que nós mesmos produzimos aqui em Parahyba.

A esta nova arriscada incursão (produzir eventos) também ajudou com sua generosidade cultural.

Sabia da grandeza dele pela leitura diária de sua coluna, mas nem sabia eu, à época, que estava compartilhando experiências com o homem responsável por trazer shows de figuras como Gilberto Gil, Belchior etc.

Tudo muito informal, em conversas de corredores da empresa (ele do jornal, eu da rádio), ou quando, voluntariamente, se debandava escada acima para trazer alguma impressão sobre algo cultural dali, ou de fora.

Poucos, escassos contatos, mas recordo de Aranha sempre efusivo, impactado, empolgado mesmo, como se fosse ele o garoto quando se tratava de temas artísticos.

Contagiante, vindo, na minha visão impetuosa e cheio de razão, à época, observando um senhor discorrer de bandas de ontem e anteontem.

A euforia de um senhor sexagenário é típica dos que tem a arte em suas múltiplas manifestações como combustível diário da alma.

Que não deixam a chama da inquietação, provocação artística apagar!

Siga em paz, Aranha!

Marcos Thomaz    

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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