Eleições na Paraíba deixam as mulheres entre recordes e desigualdades

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Jô Oliveira e Jailma Carvalho
Jô Oliveira e Jailma Carvalho

Sem qualquer relativismo barato, os fenômenos da vida são sempre analisados a partir de “pontos de vista”, perspectivas.

Algo como aquela máxima de “copo meio cheio, copo meio vazio”!

Veja só a POLÍTICA, este espelho torto da sociedade…

Aqui na Parahyba capital apenas duas mulheres foram eleitas para a Câmara Municipal.

Isso tudo com 29 vagas disponíveis, menos de 7% Dos espaços disponíveis com representação feminina.

-Mas era apenas uma, cresceu 100%- grita o casuísta.

Errado não está, mas é de uma desonestidade intelectual…

Qualquer crescimento a partir de um, um mísero traço, é vertiginoso!

-Ah, mas e a negra de periferia com maior votação da história de uma vereadora em toda a Paraíba??- e aqui o provocador necessário fala da Mãe Paraíba, o Estado, não apenas João Pessoa!

Esta mesma capital que relega as mulheres menos de um décimo da representação legislativa, coloca uma negra periférica no topo da pirâmide dos eleitos!?!

Dez mil votos para a senhora Jaílma Carvalho, algumas centenas atrás apenas do líder Guga Pet!

Santa contradição profana.

NÃO TEM SÓ ZÉ NA PARAÍBA

Sem falar no fenômeno inverso registrado neste mesmo pleito em Campina Grande!?!

Lá, na maior cidade do interior paraibano, mais de um terço das vagas na Câmara Municipal foram ocupadas por mulheres.

Campina, a maior cidade do interior paraibano, tradicionalmente conservadora, com toda redundância e exagero, que a junção destes atributos carrega!!?!

Pois, foi neste solo campinense, que 8 mulheres se elegeram para representar a população em uma das 23 vagas no parlamento local.

Quase 40% de mulheres! Proporção inimaginável na imensa maioria das Câmaras Municipais brasileiras.

Quem diria, Campina?

E mais, as três primeiras mais votadas foram mulheres e a MAIS MAIS, dentre todas as MAIS, foi uma mulher negra, filha de doméstica, da periferia, longe, muito longe das tradicionais linhagens políticas da Rainha da Borborema: Jô Oliveira.

Paraíba afora, ou adentro, teve mais quebra de paradigma.

Ao mesmo tempo, o mesmo estado que reproduzia os dados nacionais, orbitando em 15% de prefeituras comandadas por mulheres, alcançou o índice de quase 30% de cidades a serem geridas por mulheres a partir de 2025.

Isto mesmo, a mesma Paraíba que bateu recorde de fraudes nas cotas de gênero, forjando candidaturas femininas nas eleições municipais de 2020, agora registra um dos crescimentos mais vertiginosos em mulheres eleitas prefeitas do país.

Nem ao Céu, nem a Terra!

Marcos Thomaz    

*Este espaço é opinativo. A princípio, as ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site. Contudo, refletem a opinião pessoal do autor

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