O “Brasil do futuro” é um trem que já passou?!?!

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Foto: Agência Brasil

Com 210 milhões de habitantes, Brasil está há menos de duas décadas de iniciar curva descendente populacional.

Algo distante, quase inimaginável no “país do futuro” de outrora (com o perdão do paradoxo).

Lá, no fim do século passado, se imaginava que aqui se tornaria a terra das oportunidades, população jovem, ativa, país em desenvolvimento e todos estes prognósticos quase científicos  produzidos no laboratório do ufanismo oco da bactéria que nos corrói!

O tempo passou e…

Agora, em menos de 20 anos o país começará o ciclo de redução de habitantes.

A mola do futuro?

É o que prevê o IBGE, que calcula o pico de crescimento da população nacional até 2041, quando atingiríamos 220 milhões de brasileiros.

O que representa isso?

Um monte de coisas, dentre as quais a constatação de que nós envelhecemos e não crescemos, contrariando o mantra dos liberais tupiniquins desde o “milagre econômico” decantado pelos militares.

-Uma economia que diz que precisa primeiro estabilizar, depois crescer, depois dividir é uma falácia!

Brada, ainda tonitruante a saudosa Maria da Conceição.

Calma, companheira. Quer dizer, calma nada.

Aqui chegamos e…

Temos menos de uma década para o fim, encerramento do tal bônus demográfico.

Ou seja, passamos pela janela de oportunidades de desenvolvimento econômico , aqueles marcos de tempo em que a quantidade de pessoas em idade ativa é maior do que o número de jovens até 14 anos e idosos.

Em resumo, quando a mão de obra está dando duro no mercado.

Estabilizamos mais ou menos, crescemos timidamente e dividimos mediocremente.

Demos um jeitinho brasileiro até para isso.

Guinada histórica

Noves fora este prognóstico triste para nosso sonho de grandeza, o número também indica uma brusca consolidação de uma mudança comportamental nos lares brasileiros.

O almejado controle populacional é um indicativo da brusca redução da fecundidade no país.

Além das políticas e campanhas de controle de natalidade, a nova realidade parece contemplar também um recente costume da juventude e novos adultos brasileiros: a pouca afinidade, ou não desejo de ter filhos.

Apenas Roraima segue como estado brasileiro a ter mais de dois filhos por mulher.

Todos, absolutamente todos os outros estados da federação possuem média de filho de 1 por mulher.

No efeito cascata desta nova realidade brasileira o IBGE projeta em 2070, portanto em menos de meio século, termos mais idosos que qualquer outra faixa etária no Brasil.

Logo, em um século teremos saído do posto de país emergente com mais jovens no mundo para uma nação de senhores e senhoras.

Os novos “recortes”/detalhamentos do IBGE foram divulgados nesta quinta-feira, 22 de agosto.

Marcos Thomaz    

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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