Não era nem metade das Olimpíadas e ninguém, mas ninguém mesmo, cria ser possível alguma imagem superar aquela “flutuação” de Medina sobre as águas.
Divina, simétrica, com a prancha quase bailando na mesma altura, inclinação e sincronia.
Uma pintura, verdadeira obra de arte.
Além da precisão e beleza estética, a espetacular imagem capturada pelas lentes de um fotógrafo francês, traduzia o conceito de objetos que se tornam extensão do corpo de um atleta, hábil manuseador perito.
No caso a prancha, mesmo solta, desprendida, aleatoriamente, pelo brasileiro o seguia em sintonia.
O mar? Era apenas o habitat natural, quase a serviço do surfista! Este mesmo oceano que dias depois o “traiu”, recolhendo-se em negação, deixando, literalmente Medina a ver navios, sem ondas para desfilar o seu talento e impedindo-o de brigar pelo ouro.
Sim, porque “em condições normais de tempo e temperatura” o paulista era franco favorito ao ouro.
O “homem” sobre as águas
Mas, não quiseram os Deuses do esporte assim.
Quem mandou Medina brincar de Deus, soberano, quase “andando sob as águas”, pretenso domador da natureza?
Restou um bronze com gostinho de metal nobre e uma imagem épica, das mais épicas da história dos jogos olímpicos!
Meu surfe é no raso
Eu, que fora uns caldos de Body (no meu tempo Morey –Boogie), nunca surfei, além de ondas mágicas de jacaré, lembrei do tempo que comprava Fluir apenas de marra.
Na real pela trilha sonora furiosa dos CDs embalados à revista, ou para fazer recortes de grandes fotos em capas de caderno do ano letivo.
Como vi um meme espetacular por aí: “alô Tilibra, já tem a imagem do ano que vem!”
Basta colocar Medina levitando, tocando o céu com o dedo erguido, tirando a prancha pra dançar.
Mas, só você que “acha que imagem é tudo”, no sentido espetacular da coisa, que não sabe que muitas, muitas outras cenas belas, mais tocantes e, principalmente, mais simbólicas foram geradas nestas Olimpíadas.
Falo sobre isso amanhã…
Marcos Thomaz
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