Enquanto a Venezuela explode, o esporte salva…

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Foto: Agência Gov EBC

Na barbearia o assunto corrente era o momento melancólico da Seleção Brasileira de Futebol!

Lamentos, críticas, negativas diversas, ataques, o tradicional xingamento…

Logo irrompe um sotaque diferente em tom sarcástico: “quando enfrentar a vino tinto então, coitada da amareliña (SIC)”.

Eu, “estreante” no espaço e penetra naquela “mesa redonda” típica de salão, não resisto e largo: “para vocês verem a que ponto chegou o futebol brasileiro?!?! Sendo desafiado pela Venezuela…”

Mas, por que estou relatando este episódio trivial, banal do cotidiano?

Pelo simples fato que não há nada mais relevante entre o Céu e a Terra nos dias que correm, além de Olímpiadas e eleições na República Bolivariana, ou seja ESPORTE e VENEZUELA!

Como diz a canção: “Não se fala de outro assunto…”

No caso, outros assuntos. Olímpíadas de um lado e eleições na Venezuela de outro.

Cada um no seu quadrado.

Sobre a eleição de mentirinha no país vizinho já falei anteriormente…

Hoje quero falar única e exclusivamente de Jogos Olímpicos.

Depois de muito “estica e puxa”, quase uma batalha napoleônica, foi realizada a prova de triatlo!

Ufa!

ESGOTO A CÉU ABERTO

Após adiamento e até risco de mudança nas regras da modalidade, a competição aconteceu.

Imagina o triatlo virar duatlo porque a Lagoa em João Pessoa não tem condições de receber os super atletas europeus e adjacentes?

Nã, na, nin…

A fedentina e sujeirada era no famoso Rio Sena, na capital das Luzes, Paris e todo seu romantismo histórico.

E, pelo menos três atletas caíram doentes após as provas. Uma delas, a belga Claire Michel, com infecção pela bactéria E. Coli, aqui no Nordeste a popular disenteria.

Imagina um despautério destes em organização aqui no solo tupiniquim??

Eu, você e todo nosso complexo de vira-latas iríamos logo nos acusar de incapazes, incompetentes etc e coisa e tal!?!?!

Sério, cogitaram fazer a tradicional prova de resistência em apenas duas modalidades (bicicleta e corrida) se as águas continuassem impróprias para uso no Rio Sena.

Se eliminasse mais duas modalidades aí eu me candidataria a atleta olímpico!

3-1=2.

2-2=0

Tinha chance.

OU ANDA, OU CORRE

Falando em modalidades excêntricas, veio de uma delas, talvez a mais surpreendente medalha olímpica brasileira em Paris.

Caio Bonfim levou a prata naquela prova que você anda rápido, mas não pode correr.

A marcha atlética está presente desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos, mas por aqui ainda teima em ser tabu, rendido a princípios estranhos que ainda imperam na nossa sociedade provinciana.

Inclusive na entrevista além das dificuldades estruturais óbvias à prática de qualquer esporte no Brasil, Caio citou o preconceito como um dos desafios a serem superados.

Ele lembrou o quanto era xingado no começo dos treinos, ainda adolescente, pelo “rebolado” característico da modalidade, típico do machismo medieval aqui entre os trópicos.

Além de refletir sobre nossa mediocridade comportamental, Caio rasgou o verbo contra outro sintoma cultural do brasileiro: a valorização apenas pelas vitórias, conquistas.

“No Brasil, se gosta de futebol. Nos outros esportes ‘prestam’ apenas aqueles que vencem…”

Marcos Thomaz    

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

1 COMMENT

  1. Caio arrasou nas palavras. É sobre o pais perceber que existem outras modalidades esportivas além do futebol e vai além disso. Oferecer nas escolas POSSIBILIDADES que os pais não tem como pagar pq boa parte do que ganha é pra pagar imposto que não é empregado onde deveria.

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