Como o negacionismo deu um mar de esgoto a João Pessoa

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Morar em João Pessoa é privilégio!

Não à toa, a capital paraibana é um eldorado para forasteiros.

Bebeu da água daqui já era.

Mas, vou avisar aos desavisados:

Contanto que não seja água do mar.

É que, de repente, resolveram contaminar as verdes águas da maravilha pessoense.

Fazer do marzão quente uma Lagoa do Parque Solón de Lucena.

Cheio de empresário (de bem, claro) despejando podridão no Oceano.

Querendo fazer das águas tórridas de Cabo Branco, Tambaú, Manaíra e adjacências  um enorme esgoto a céu aberto.

Literalmente, cuspindo no prato que comeu.

Senhores que fazem dinheiro às margens e às custas das belezas e riquezas naturais da cidade devolvendo a glória em forma de destruição.

Há coisa de mês atrás me acendia o sinal de alerta um relatório indicando que quase metade dos trechos litorâneos da Grande João Pessoa, sob análise, estavam impróprios para banho.

Aquele mesmo litoral que, quando aportei por aqui, há mais de duas décadas, impressionava por ser o mar menos contaminado das áreas urbanas do Nordeste.

Contava-se nos dedos as áreas impróprias, dentre as quais aquela conhecida galeria próxima ao Mercado do Peixe, em Tambaú.

Agora, o jogo inverteu e temos que olhar quais localidades estão aptas a balneabilidade.

E, pra variar, tem peixe grande nesta rede de sujeiras.

E se jogar a rede de novo vem mais predador por aí.

Vamos dar “nome aos bois”, digo ao cardume de tubarões:

Além do famoso, badalado Bar do Cuscuz, tem o requintado Olho de Lula, um Hotel beira-mar da Rede Nord, e os Quiosques Capitão Lula, Rei dos Cocos, das Frutas e dos Atletas.

Pra variar ninguém se pronuncia.

É que agora é assim, se a praxe, anteriormente, era manifesto de corpo jurídico negando tudo e todos e declarando inocência total, agora é a covardia do silêncio!

Fato é que foram todos flagrados despejando detritos, transformando a orla da cidade em uma enorme rede de esgoto dos próprios estabelecimentos, sem qualquer pudor, ou preocupação ambiental.

A descoberta foi feita pela Superintendência do Meio Ambiente da Paraíba e todos os estabelecimentos foram embargados temporariamente, como há de ser.

Que a fiscalização permaneça, se acentue e os próprios órgãos públicos cumpram o seu papel no trato com o lixo produzido e a conservação das riquezas naturais.

  • Devolvam minha/nossa praia e respeitem o litoral urbano mais bonito e gostoso desta e de outras bandas.

 Marcos Thomaz

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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