Bioplástico de casca de banana é a revolução das embalagens

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Filmes-bioplasticos

Na busca incessante por soluções mais sustentáveis e ecológicas, pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) deram um passo significativo. Eles desenvolveram um inovador filme bioplástico feito a partir de cascas de banana. O material é capaz de proteger alimentos da radiação ultravioleta. A princípio, este é um fator conhecido por sua rápida deterioração de produtos alimentícios.

O Potencial das Cascas de Banana

A iniciativa, liderada pela pesquisadora Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo, da Embrapa, aproveita um subproduto frequentemente descartado na cadeia produtiva da banana. Para cada tonelada de banana, estima-se que gere até 417 quilos de cascas. Desse modo, representando uma quantidade significativa de resíduos orgânicos que, até agora, eram pouco aproveitados. A conversão dessas cascas em bioplásticos não só oferece uma nova utilidade para este resíduo mas também contribui para a redução da dependência dos plásticos convencionais.

Desafios e Promessas do Bioplástico

Os bioplásticos, diferentemente dos tradicionais derivados do petróleo, são feitos de materiais biológicos renováveis, como plantas e vegetais ricos em amido. Esses plásticos possuem a qualidade similar aos convencionais mas com uma vantagem adicional: sofrem degradação com facilidade dos microrganismos naturais, como fungos e bactérias, tornando-se menos prejudiciais ao meio ambiente.

Além das cascas de banana, o setor também explora outras fontes biológicas, como a cana-de-açúcar. Ela já tem uso na produção de poliácido lático (PLA), um tipo popular de bioplástico. “O uso da cana-de-açúcar na produção de bioplásticos representa uma oportunidade muito promissora para nosso setor,” afirma Luiza Figueira, da Orplana, destacando o potencial de diversificação da indústria canavieira brasileira.

Impacto Ambiental e Conscientização

A crescente conscientização ambiental da população mundial está ampliando a demanda por produtos sustentáveis e rastreáveis. Os consumidores, cada vez mais informados, preferem optar por produtos que ofereçam menor impacto ao meio ambiente. Leonardo Ceratti, da Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem (ABICOM), observa que os bioplásticos estão ganhando espaço não apenas em embalagens alimentícias mas também em itens de uso diário como sacolas de supermercado, canudos, copos e talheres.

O Futuro é Biodegradável

Com a capacidade produtiva global de bioplásticos prevista para atingir aproximadamente 6,3 milhões de toneladas até 2027, está claro que o mercado para esses materiais está em franca expansão. No entanto, Ceratti faz uma ressalva importante: enquanto os bioplásticos oferecem uma alternativa mais ecológica, eles não são uma solução mágica para o descarte inadequado e uso excessivo de recursos. A sustentabilidade requer uma abordagem holística que inclua redução do consumo, reutilização e reciclagem eficaz.

Foto: Mariana Franzoni | Embrapa

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