Como uma jovem fora dos padrões, não midiática, sem dancinhas, ou rebolados, que não fazia “música pra pular” consegue ser, com sobras a mais tocada artista nacional?
Mais que isso, e se esta cantora, fenômeno de popularidade, estiver morta há 2 anos e meio?
Pois é, esqueça Anitta e sua carreira milimetricamente planejada, Ivete Sangalo e suas mais de 3 décadas apoteóticas, ou a sertanejo teen, Ana Castela.
Estamos falando de Marília Mendonça, a Rainha da Sofrência, vítima de acidente aéreo em 2021.
É a mulher de Infiel a única brasileira a alcançar a assombrosa marca de 10 bilhões de execuções no Spotify. Disparada a plataforma mais consumida aqui, ou no resto do mundo.
É de Marília Mendonça também, mesmo post mortem, a liderança de plays dentre todos os artistas nacionais.
A goiana foi TOP 1 de execuções em 2023.
Na tentativa de minimizar o feito alguns podem alegar que Marília Mendonça, talvez tenha sido das artistas com mais lançamentos de inéditas após a morte.
O que é bem verdade, afinal a produtividade da compositora prodígio era fértil (desde os 13 anos tem hits de sucesso gravados por outros artistas) e muita coisa foi lançada desde o seu falecimento trágico.
Mas, como dar vazão, sustentação de interesse a tudo isso sem visibilidade, publicidade, shows? Enfim, rotinas que catapultam carreiras, ou simplesmente mantêm em evidência trabalhos já consolidados?
Assim como foi impressionante a vertiginosa ascensão de Marília, impressiona a sua capacidade de se fixar no imaginário popular, comom mensagem, além da estética, ou showbizz!
Você pode gostar, ou desgostar do sertanejo, da linha musical em que se enquadrava a artista. Contudo, é inegável a força de atração, apelo popular, magnetismo de mais este fenômeno que nos deixou precocemente.
Marília Mendonça representa em métrica, melodia e letras, um sopro de criatividade e amplitude bem além do formato enfadonho, homogêneo, pasteurizado deste sertanejo universitário que domina o Brasil do Agro ao Pop!
Marcos Thomaz
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