“Me dá, me dá, me dá, ôôô, me dá um dinheiro aí…”
Brasileiro é bicho curioso mesmo (para ser sutil, porque hoje eu acordei legal)…
O cidadão se reúne em solidariedade a qualquer canastrão mi, bilionário, mas berra em megafone ser contra assistência social a pobres e miseráveis.
Deve ser a tatuagem no DNA de vira-latas, com todo respeito ao querido cãozinho caramelo e afins.
Olha quem tá pedindo dinheiro
“Do nada, do nadão” vi uma notícia sobre arrecadação de dinheiro em prol do bem-estar do senhor Alexandre Correia!
Também não sabe quem é a figura necessitada, tal qual eu?
Trata-se daquele cidadão, outrora milionário, ex-marido da Ana Hickman, acusado de agressão, violência doméstica pela própria.
Até onde eu lembrava o boa pinta lá era cheio da nota, mas flagrei-o fazendo campanha por algo em torno de 10 mil reais.
Sabe para quê? O dito cujo alegava estar sem dinheiro pra pagar energia no casebre onde estava vivendo de favor.
Logo me veio a mente uma cena deprimente com a própria Ana, em rede de televisão, apresentando seu banheiro luxuoso, banhado a ouro. O espaço de higiene e necessidades íntimas parecia um clube. Sozinho era do tamanho do meu apartamento.
A vida e seus tropeços cataclísmicos.
Por sinal, o “pobre coitado” conseguiu reaver direito de posse da casa do casal e voltou para mansão em Perdizes, onde deve ter luz e otras regalias mais, inclusive o PIX de compaixão de alguns.
Talvez convide Edu Guedes para um jantar especial na nova-velha residência.
Não sei…
Por falar em Pix
Mas, falando em PIX, foi este mesmo mecanismo utilizado pelo outro coitado nacional, o ex-presidente Bolsonaro, para arrecadar 17 milhões de reais sob alegação de altas custas judiciais com a enxurrada de processos a que responde por ser um “homem de bem”.
Adesão em manada, digo massa.
E eu pensando: ninguém pediu para ele vender o relógio surrupiado da presidência e pagar as próprias contas, né?
Talvez usar a grana acumulada em rachadinhas ao longo das três décadas de mandato público para resolver os próprios BOs.
Mas, não. O fanático, doentio, catártico séquito, além de caixa de ressonância deste novo absurdo precisa ser avalista da desgraça.
Mas, no outro extremo, sobem o tom, pulam no tamborete para discursar sobre esforço e residuais casos exitosos de quem saiu da miséria a glória financeira!?!
Dessa forma, este é, invariavelmente, o discurso de quem nega bolsa família e qualquer assistencialismo a quem realmente precisa, entre vida e morte…
–Trabalhar ninguém quer, né? Quer o peixe, te ensino a pescar!
Trocando em miúdos, boa parte da tal sociedade brasileira, inebriada com a nababesca vida da elite nacional, vive do pensamento elitista tupiniquim!
Como uma fixação, objeto de desejo e ganância saem a reproduzir uma ideia de mérito, conquista e igualdade que, simplesmente, não a contempla e só a oprime.
No popular, fazem eco a tudo que só a coloca “no lugar dela”.
Uma leva de catatônicos, que sofrem de inanição cultural!
O paradoxo nacional
Pessoas se mobilizam, sensibilizam, organizam e arrecadam fundo milionário para apoiar um presidente acusado de quase uma centena de crimes (os tais anti-corruptos).
Em menor, bem menor escala, alguns caridosos doam dinheiro a um bom vivant, agressor de mulher…
Contudo, o Governo, repito, Governo ter programa social para evitar que pessoas necessitadas morram de fome?
“Ai não dá, aí não pode”
Faz o PIX aí!