De ‘esquisito’ a cool! O novo patamar do nerd na sociedade atual

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Eu nunca fui nerd!

Não faço o menor perfil nesta linha.

E, se não fui quando era pejorativo ser, não pagarei chinfra quando é Cult sê-lo.

Repito, não sou nerd, mas meus filhos são.

 

E é Cult, porque o nerd mudou de patamar.

Todo mundo quer ser o Jobs da vez, o Zuckeberg da hora, o Musk do… sério que até este vale copiar?

Bom, fato é que se ser nerd era alvo de zoação nas décadas de 80, 90, pós 2000 e cada vez mais é status de antenado, sagaz e cobiçado socialmente.

Talvez seja porque deixou de ser minoria de excêntricos (esquisitóides mesmo se falava à época) e passou a ser um comportamento mais hegemônico, quase padrão.

Sem nenhum, ou com todo exagero, a sensação é de um Mundo Nerd contemporâneo

Crianças, adolescentes, jovens ensimesmados, mimetizados, robotizados.

Deve ser este universo virtual de telas, ou quem sabe os tais algorítimos?!?!

Tem ainda os apocalípticos xenófobos ocidentais que atribuem a invasão de cultura oriental desde os mangás, Jaspion, Cavaleiros do Zodíaco e afins, até o Kpop atual.

As teorias são várias, conspiratórias, quase esquizofrênicas, ou não.

Tudo bem, pode usar o recurso fácil de me acusar de estranheza geracional, ou memória afetiva que os “novos adultos, pessoas velhas” sempre criam com o próprio passado, referência temporal.

O que não se pode negar é que, oriental, ou ocidental, a moda moderna se espalha feito vírus digital!

Recentemente uma amiga falou de uma “febre” de camisas do Guarani na Coréia do Sul.

Guarani sim, não o de Bagé, ou Sobral, mas o bugre campineiro.

Virou sensação e artigo de luxo entre a molecada do movimento que arrasta multidões da Ásia para o mundo.

Completamente aleatório. 

Guardadas as proporções, remete aquela “onda”  de camisas dos Ramones usada por todo mundo, em qualquer canto, de show de arrocha a culto evangélico!

Uma insana delícia estética.

 Mas, falando de cinema, dia desses vi uns jovens retirados forçosamente do cinema por estarem fumando maconha durante exibição do filme de Bob Marley.

Eu poderia fazer uma piada sobre a inspiração de Bob, do filme BASEADO na vida dele, para o ato. 

Ou apenas seguir a onda de parte da web progressista e tentar legitimar de alguma forma a indecorosa ação sob alegação de ser uma perseguição contra a substância proibida apenas por interesse comercial etc e coisa e tal!

Noves fora debate sobre liberação da erva rasta, que é mais que pertinente, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa…

Como não gosto de proselitismo de nenhum lado, afirmo:

Tem tanto despropósito nesta ação de fumar maconha em um cinema, que nem dá para tentar atribuir qualquer conceito.

Uns garotos, revoltados de apartamento, “querendo causar”, e desrespeitando uma geral presente em ambiente fechado, quase hermeticamente, impróprio para a fumaça.

Nem no meu auge de fumante do cigarro dos caretas (aquela droga pesada, mas legal) imaginaria, no maior devaneio, fazer algo tão imbecil em local abafado assim!??!?! 

-Ah, mas pense comigo esta filosofia– interrompe o papagaio de pirata- Se a turma modernosa foi assistir Barbie de rosa, com Pink para todos os gostos? Porque não se pode, ou melhor deve ser imperativo fumar maconha no filme de Bob Marley?

Veja bem a piada é ótima, mas ignorei a provocação, como de costume.

Na sequência suspirei de alívio por não ter ocorrido nenhum espelhamento de fãs de Oppenheimer assistindo filme com algum brinquedinho nuclear!

Marcos Thomaz

*Este espaço é opinativo. As ideias e conceitos neles contidos não representam o pensamento e linha editorial do site, mas refletem a opinião pessoal do autor

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