O Padre Egídio, ex-diretor do Hospital Padre Zé, foi preso na manhã desta sexta-feira (17). Ele é suspeito de desviar recursos da instituição filantrópica que atende pacientes de baixa renda em João Pessoa. O sacerdote tem contra si a acusação de usar o dinheiro para comprar imóveis de luxo na capital e uma granja milionária no Conde, litoral sul do estado.
O caso chocou a sociedade paraibana, que conhecia o Padre Egídio como um homem de fé e de caridade. O hospital é referência em assistência social e saúde na Paraíba, atendendo cerca de 600 pacientes por dia, oferecendo serviços de clínica médica, cirurgia, ortopedia, oftalmologia, odontologia, fisioterapia, entre outros.
Contudo, por trás da imagem de bondade, o Padre Egídio escondia um esquema de corrupção que pode ter desviado cerca de R$ 140 milhões nos últimos dez anos, aproveitando-se da sua posição de presidente da Fundação Padre Zé, que administra o hospital. O religioso contou com a ajuda das ex-diretoras do hospital, Amanda Duarte e Jannyne Dantas, que também foram presas na operação.
Vivendo uma vida de luxo
De acordo com as investigações, o Padre Egídio usava o dinheiro para comprar imóveis de luxo na capital, como apartamentos na orla, casas em condomínios fechados e salas comerciais. Além disso, ele teria comprado com esse dinheiro uma granja milionária no Conde, onde criava cavalos e gado. O sacerdote ainda gastava com viagens, joias, roupas e carros importados. Vivendo uma vida luxuosa com o dinheiro dos pobres.
A prisão do Padre Egídio causou surpresa e indignação entre os fiéis e os funcionários do Hospital Padre Zé, que se sentiram traídos pelo sacerdote. Muitos deles foram às ruas protestar contra o desvio de verba e pedir justiça. Eles também temem pelo futuro do hospital, que depende dos recursos públicos para manter o atendimento.
A Arquidiocese da Paraíba, por meio de nota, disse que está acompanhando o caso e que confia na Justiça. A nota também pediu orações pelo Padre Egídio e pelos demais envolvidos. O arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, já afastou o Padre Egídio de suas funções eclesiásticas.
A princípio, o Padre Egídio está preso na Central de Polícia, em João Pessoa. Antes de mais nada, ele passará por audiência de custódia, no Fórum Criminal. Ele pode responder por crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica. As ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Amanda Duarte e Jannyne Dantas, também devem passar pelo mesmo procedimento. No entanto, Amanda Duarte cumprirá prisão domiciliar por ter uma filha menor de 1 ano.
Definitivamente, este é um caso que abala a fé e a confiança dos paraibanos, que esperam que a Justiça seja feita e que o Hospital Padre Zé possa continuar sua missão de ajudar os mais necessitados. O Padre Egídio, que deveria ser um exemplo de amor ao próximo, se revelou um verdadeiro lobo em pele de cordeiro.