Amazônia: taxa de desmatamento cai em 22,3% em 2023

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De acordo com o sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa oficial de desmatamento na Amazônia para o período de agosto de 2022 a julho de 2023 atingiu 9.001 km². Essa estimativa, divulgada recentemente (9/11), revela uma queda de 22,3% em comparação com o período anterior, de agosto de 2021 a julho de 2022, marcando a menor taxa desde 2019.

O Prodes é capaz de detectar desmatamentos através de corte raso e degradação progressiva, incluindo situações como árvores completamente destruídas por incêndios. Anualmente divulgada desde 1988, essa taxa é sempre medida entre agosto de um ano e julho do ano seguinte. No caso do resultado de 2023, cinco meses pertencem à gestão anterior (de agosto a dezembro de 2022) e sete à atual gestão (de janeiro a julho de 2023).

O que é a taxa Prodes?

Diferente do sistema Deter do Inpe, que emite alertas diários para auxiliar a fiscalização de campo pelo Ibama e ICMBio, o Prodes utiliza imagens de satélite mais precisas, variando de 10 a 30 metros. A taxa Prodes é calculada comparando imagens do período seco na Amazônia do ano corrente com as do ano anterior.

Dados do Deter já indicavam uma reversão na curva do desmatamento a partir de janeiro de 2023, com um aumento de 54% de agosto a dezembro de 2022 (na gestão anterior) e uma queda de 42% de janeiro a julho de 2023 (no início da gestão atual). Portanto, caso o ritmo de desmatamento registrado pelo Deter de agosto a dezembro de 2022 tivesse se mantido, a taxa anual ultrapassaria 13 mil km².

 

Quais foram os motivos da queda?

A queda de 22,3% no desmatamento na Amazônia, registrada pelo Prodes, é atribuída à intensificação das ações de comando e controle. Primeiramente, destaca-se o aumento de 104% nos autos de infração aplicados pelo Ibama por violações contra a flora na região. Além disso, as apreensões aumentaram em 61%, os embargos em 31%, e a destruição de equipamentos em 41%. Nas Unidades de Conservação, houve uma redução de 58% na taxa de desmatamento, enquanto os autos de infração aplicados pelo ICMBio aumentaram em 320% no mesmo período.

O resultado obtido entre agosto de 2022 e julho de 2023 evitou a emissão de 133 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e) na atmosfera. Isso representa aproximadamente 7,5% das emissões do país, tomando como base o ano de 2020, último dado oficial disponível.

Segundo o Prodes, a taxa de desmatamento nos 70 municípios prioritários do Ministério do Meio Ambiente (MMA) caiu 42,1%, concentrando 73% do desmatamento. Em termos de Estados, as maiores quedas foram observadas em Rondônia (42%) e no Amazonas (40%). Por outro lado, houve uma queda de 21% no Pará e um aumento de 9% no desmatamento em Mato Grosso.

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