O Brasil desperdiçou mais de 28 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 que tiveram a data de validade expirada antes do uso. O prejuízo foi de R$ 1,2 bilhão, segundo um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgado nesta quarta-feira, 18.
O relatório aponta falhas do Ministério da Saúde na gestão e distribuição das vacinas, que resultaram em perdas por expiração de validade nas secretarias estaduais e municipais de saúde. O TCU recomenda que o ministério apresente em 30 dias medidas para evitar novos prejuízos e garantir o uso racional dos imunizantes.
O levantamento foi feito com base em dados do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde, referentes ao período entre 2021 e 2022. O ano de 2021 foi o mais crítico da pandemia no Brasil, com mais de 411 mil mortes pela doença.
De acordo com o relatório, 78,6% das doses vencidas nas secretarias estaduais estavam no Paraná. Já as perdas municipais concentraram-se nas secretarias de cidades localizadas em Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Sul, representando 65,6% do total do prejuízo.
Inércia
O TCU afirma que o Ministério da Saúde não apresentou qualquer ação ou procedimento para quantificar efetivamente as perdas de imunizantes por expiração de validade, identificar suas causas ou orientar os entes subnacionais acerca do volume de perdas de vacina por expiração de validade.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a atual gestão constatou graves riscos de perdas de medicamentos e insumos em estoque, vencidos ou com prazo de validade próximo ao vencimento. Acrescentou ainda que a totalidade dos estoques com risco de perda foram herdados da gestão anterior.
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia da covid-19, com mais de 600 mil mortes e 22 milhões de casos confirmados. A vacinação avança lentamente no país, com cerca de 60% da população adulta totalmente imunizada até o momento.
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