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Segundo autoridades, casos foram identificados em aves silvestres, que não fazem parte da cadeia de produção do setor
O Ministério da Agricultura vem reforçando o alerta de que mesmo com os diagnósticos de gripe aviária, não haverá mudanças no abastecimento interno ou nas exportações. As aves identificadas com a doença são da espécie trinta-réis-de-bando. Um dos animais foi localizado no município de Marataízes e o outro em Vitória, ambos no litoral do Espírito Santo. Os dois são os primeiros casos de influenza aviária de alta patogenicída de subtipo H5N1 registrados no Brasil. Segundo especialistas, a situação foi reconhecida em duas aves marinhas migratórias fora do sistema industrial brasileiro, que segue protocolos de biosseguridade. Por isso, não há qualquer mudança em relação ao abastecimento interno ou exportação dos produtos.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santini, avalia que a infecção pelo vírus em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre da doença. “Essa doença, infelizmente, já está em todo mundo. Está nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia. Esses países já convivem com a doença há mais de três anos e estão exportando. O Brasil não vai ter consequência se mantiver (a doença) nessas aves silvestres de migração, fora da produção industrial do Brasil”, explica Santini. Ainda que o vírus fosse identificado em uma ave de produção, as consequências econômicas para o país não seriam imediatas. “Nós exportamos para 150 mercados. Mais de 135 deles já aceitam, inclusive, se chegar em uma ave de produção, aquilo que se chama de regionalização, zoneamento ou compartimento. Algo que já acontece na Europa e nos EUA. Os Estados Unidos tem 47 estados com ocorrência de gripe aviária e exportou para mais de 23 países. Os clientes tem interesse que o Brasil mantenha suas exportações”, explica o presidente.
O pesquisador e professor Felipe Serigati afirma que, em meio ao cenário epidemiológico mundial da doença, o país reforçou a posição de destaque no comércio internacional sem deixar de lado a relevância do produto para a economia interna brasileira. “Para a economia brasileira, é um dos nossos produtos mais importantes […] Tem outros aspectos do mercado interno que são até mais imporantes, porque, justamente essa cadeia consegue produzir a proteína animal ao custo mais acessível para o mercado interno”, explica o pesquisador. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou estado de alerta para aumentar a mobilização do setor privado e do serviço veterinário oficial contra o vírus. A Associação Brasileira de Proteína Animal destaca que a doença não é transmitida pelo consumo humano de carne de aves ou de ovos.
*Com informações da repórter Leticia Miyamoto
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